Já em 2020, o setor teve uma queda de 8,1% no segundo trimestre, a pior observada desde 1996. Porém, logo no trimestre seguinte, o avanço foi de 5,6%, o maior desde o primeiro trimestre de 2014.
Os dados demonstram a recuperação do setor, após sofrer quedas nos últimos anos. Em 2016, por exemplo, a queda anual foi de 5,1% no setor, contra 3,6% negativos na economia nacional.
Em 2015, a redução foi ainda mais significativa. A queda de 7,6% no ano foi a maior desde 2003, quando a diminuição alcançou 8,9%. Somando o desempenho de 2014 e 2015, a queda acumulada foi de 8,43%.
Para entender como o segmento tem se desenvolvido, veja o histórico de
performance do PIB da construção civil ao longo dos anos:
| Ano |
PIB da construção civil (%) |
| 2008 |
4,9 |
| 2009 |
7,0 |
| 2010 |
13,1 |
| 2011 |
8,2 |
| 2012 |
3,2 |
| 2013 |
4,5 |
| 2014 |
-0,9 |
| 2015 |
-7,6 |
| 2016 |
-5,1 |
| 2017 |
-5,0 |
| 2018 |
-2,5 |
| 2019 |
1,6 |
| 2020 |
-7,0 |
Como é o crescimento do PIB da construção civil em momentos de crise?
Considerando a relação próxima entre a construção civil e o desempenho da economia brasileira, vale a pena compreender os resultados em crises econômicas. Para entender melhor, confira os dados referentes ao ano, ao PIB da construção civil e ao PIB brasileiro:
| Ano |
PIB da construção civil (%) |
PIB brasileiro
(%) |
| 2008 |
4,9 |
5,1 |
| 2009 |
7,0 |
-0,1 |
| 2010 |
13,1 |
7,5 |
| 2011 |
8,2 |
4,0 |
| 2012 |
3,2 |
1,9 |
| 2013 |
4,5 |
3,0 |
| 2014 |
-0,9 |
0,5 |
| 2015 |
-7,6 |
-3,5 |
| 2016 |
-5,1 |
-3,3 |
| 2017 |
-5,0 |
1,3 |
| 2018 |
-2,5 |
1,8 |
| 2019 |
1,6 |
1,4 |
| 2020 |
-7,0 |
-4,1 |
Por meio desses dados, é possível identificar a correlação entre os desempenhos. Considerando a série de 2008 a 2020, nota-se que o maior PIB da construção civil ocorreu em 2010 — o que coincide com o maior PIB brasileiro dessa época.
Da mesma forma, o desempenho negativo de 4,1% em 2020 se refletiu em uma queda de 7,0% na construção civil. Além disso, a recuperação econômica entre 2015 e 2019 ocasionou um avanço consecutivo do PIB — embora o primeiro resultado positivo só tenha acontecido em 2019.
Ao mesmo tempo, a velocidade de recuperação, de crescimento ou de queda nem sempre é a mesma. Em 2020, por exemplo, a queda da economia foi menor que a da construção civil por conta da interrupção das atividades econômicas.
Apesar de a construção ter sido considerada serviço essencial, ocorreram problemas com o fornecimento de matéria-prima e uma redução na capacidade produtiva. Além disso, outros segmentos, como o agronegócio, contiveram uma queda maior do PIB brasileiro.
Qual é a importância da construção civil para a economia nacional?
Com os dados vistos, é inegável que a construção civil tem impacto no desempenho do PIB brasileiro. Embora a participação tenha diminuído nos últimos anos, o segmento permanece tendo relevância para a economia nacional.
A seguir, descubra o que ajuda a justificar a importância do segmento no PIB!
Empregos
Um dos pontos mais relevantes sobre a construção civil é a sua capacidade de gerar empregos. O segmento está entre os mais relevantes nesse sentido, o que é determinante para diminuir a taxa de desocupação no Brasil.
De janeiro a outubro de 2020, o volume de empregos gerados pela construção civil foi de 138.406 vagas. Esse foi o maior desempenho desde 2016, quando o número de posições geradas alcançou 207.787 vagas.
Segundo dados do IBGE, o setor de construção civil era responsável, em média, por 7,31% das pessoas ocupadas em 2019. De janeiro a outubro de 2020, o número de trabalhadores na construção aumentou 6,4%. No mesmo período, o setor foi o que mais gerou novas vagas formais.
Aquecimento do mercado
A construção civil também é um segmento importante para aquecer diversos outros setores da economia. Afinal, quando essa indústria cresce, há maior consumo de matérias-primas, como aço, cimento e outros materiais construtivos. Então indústrias de base são favorecidas pelo movimento.
Outro ponto relevante é a movimentação de recursos na economia e o aumento do poder de compra da população. Com mais obras, aumenta-se a geração de empregos, o que favorece o incremento do poder de compra.
Isso pode levar a um aquecimento da economia em níveis locais, mas que contribui para o resultado geral. Como visto, há impactos sobre os serviços imobiliários, que têm um desempenho relevante no PIB brasileiro.
Investimento
Ainda existe uma ligação direta entre a construção civil e o investimento nacional. Normalmente, o primeiro setor é essencial para investir mais e, assim, levar a economia a um crescimento consolidado.
Entre 2010 e 2019, a construção civil respondeu por cerca de 50% dos investimentos da economia brasileira. Em 2019, especificamente, a taxa chegou a 44%. Como referência, é possível comparar com outros países, como a China, que apresentou taxa de investimento de 42,84%, em 2018.
Portanto, desenvolver a indústria da construção abre as portas para gerar mais investimento no País e na economia. Com isso, existe a oportunidade de fortalecer o cenário interno, rumo ao crescimento.
Desenvolvimento social
O fato de utilizar muita mão de obra e de favorecer o aumento do poder de compra faz com que o setor de construção civil tenha um impacto social. Por meio dele pode haver maior distribuição de renda, estimulando o consumo e o desenvolvimento de diversas classes sociais.
Essa indústria também aumenta os níveis de investimento e gera impactos induzidos e indiretos em outros segmentos econômicos — tanto no mercado imobiliário como na indústria moveleira, no varejo e até no mercado financeiro.
Como você viu, a construção civil tem um impacto relevante no PIB brasileiro. Apesar de a participação ter diminuído nos últimos anos, o segmento interfere diretamente na economia. Então conhecer os resultados pode ajudá-lo a atuar no setor de maneira mais estratégica.
da Feicon