por Enrique Bayer
Um dos produtores mais reconhecidos do Brasil, Flávio Faedo foi um dos responsáveis pela implementação do plantio direto na região de Rio Verde, em Goiás, e tornou-se ícone da agricultura sustentável
Reconhecido como um dos maiores nomes da agricultura sustentável no Brasil, o produtor Flávio Faedo começou a sua trajetória na agricultura do centro-oeste brasileiro em 1985. Os 35 anos de sucesso do produtor, vencedor do prêmio Personagem Soja Brasil 2021, são resultado do pioneirismo e da busca constante por inovação. Um dos responsáveis pela implementação do plantio direto na região de Rio Verde (GO), Faedo também está na vanguarda do uso de técnicas da agricultura regenerativa na localidade.
Descendente de uma família de precursores, o produtor carrega no sangue um pendor para a inovação. O avô de Flávio, migrante de origem italiana que se estabeleceu no norte gaúcho, foi um dos responsáveis por iniciar o plantio de soja naquela região. Inserido no negócio da família, Faedo, assim como muitos gaúchos, buscou o centro-oeste para expandir os negócios. “Nós tínhamos mais de 160 hectares divididos entre quatro irmãos no Rio Grande do Sul e viemos para cá com a intenção de expandir os horizontes. Foi o que deu certo”, afirma o produtor, que agora trabalha junto aos filhos, seguindo a tradição da família.
Mas a adaptação não foi fácil. Era preciso lidar com a erosão do solo, e, de 1985 a 1989, Faedo usou técnicas de plantio convencional. “Implantei as técnicas de plantio direto em função dos problemas da erosão. Com as pancadas de chuva, nós tínhamos problemas com erosão laminar, mas a erosão eólica também era um desafio”, conta. O plantio direto é uma técnica de semeadura que consiste em dispor a semente a ser plantada no solo não revolvido – sem prévia aração, com semeadoras especiais. “O primeiro plantio direto já deu resultado positivo. Produziu a mesma coisa que o plantio convencional. No segundo ano, eu passei de 79 hectares para 300 hectares de terra com plantio direto. Em poucos anos, eu estava usando essa técnica em 1.800 hectares”, lembra.
Faedo conta que esse pioneirismo encontrou resistência junto aos produtores do centro-oeste no início, mas destaca que a combinação de soja e milho fornecia a palha necessária para proteger a terra. Eram em torno de 14 toneladas de palha por hectare, que foram aproveitadas desde as primeiras experiências. Uma das razões para a expansão do plantio direto no centro-oeste foi o fato de ele ter fundado a Associação Amigos da Terra, em 1993. Além disso, Faedo atuou como membro da Comissão de Grãos da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG).
Reconhecimento
O pioneirismo e a história de Faedo receberam a merecida consagração em 2021, quando ele recebeu o prêmio Personagem Soja Brasil 2021, promovido pelo Canal Rural e considerado o “Oscar da Soja”. “A emoção é muito grande. Ser indicado já foi muito bom e agora ser o escolhido entre os produtores é muita emoção. Esse reconhecimento me deixa muito emocionado e agradecido a todos que me apoiaram”, declarou Faedo quando foi comunicado da vitória.
Apesar da trajetória de sucesso já consolidada, o produtor conta que ainda busca expandir os negócios. Com a ajuda dos filhos – um agrônomo e uma advogada –, ele revela que tem planos para dobrar as áreas de cultivo dentro de cinco anos. “Escolhemos a terra baseados em, por exemplo, o perfil do solo. Com grades pesadas, de 36, 38 polegadas, com calagem de oito a dez toneladas de calcário, gesso, correção de fósforo… E buscamos fazer tudo isso [o trabalho de correção do solo] já no primeiro ano, para no segundo ano entrarmos com o plantio direto”, detalha.
O planejamento sempre esteve aliado ao arrojo e às escolhas que, com o tempo, Faedo conseguiu provar serem acertadas. “A maioria dos produtores falava que não dava certo o plantio direto aqui no Cerrado. Falavam que o clima era muito diferente, que não iam conseguir fazer palhada. Fiz muitas experiências para conseguir isso. Plantava milho sobre milho. Plantei soja com sorgo, depois soja e milheto, fui buscando alternativas. Plantei aveia branca, preta, trigo. Depois, fui para a dobradinha de soja e milho”, relata.
Agricultura regenerativa
O crescimento é gradativo, mas, com o planejamento correto, Faedo tem colhido bons resultados. Por trabalhar com sucessão de culturas – o plantio constante de soja e milho –, é comum que o produtor enfrente pragas, algumas delas velhas conhecidas. No caso de Faedo, o problema era com os nematóides e o percevejo-castanho. “A alternativa inicial foi buscar os produtos químicos, mas eles não se mostraram efetivos. Além disso, eles degradam, pouco a pouco, a microbiologia do solo”, explica.
A opção, então, foi a rochagem, processo em que rochas bem moídas são aplicadas no solo carente de nutrientes, suprindo as necessidades nutricionais da cultura tratada com essa técnica. Nas propriedades, Faedo usa, entre outros produtos, o micaxisto, que serve também como adubo. O mineral tem uso conhecido na agricultura e carrega elementos importantes, como o potássio, o fósforo, cálcio e magnésio.
Faedo observa que o uso dessa rocha agrega na produtividade e ajuda as plantas, que criam resistência a doenças foliares. “Nós tivemos, durante algum tempo, uma área com queda de produtividade. Agora, com o uso dos produtos biológicos, a produtividade está voltando ao normal”, aponta.
Parceria
Em sua constante busca por produtos que melhorem e aumentem a produção, Faedo conheceu a TSM Group através de palestras e encontros com produtores, vindo a se tornar parceiro da marca. “Se chega um produto novo, a gente testa. Estamos sempre muito atentos ao custo-benefício, e deu certo desde o primeiro que eu testei, que foi o Profort. Já uso o Profort há mais de três anos, então a amostragem é boa para dizer que eu tenho confiança no produto”, relata.
Faedo comenta ainda que já trabalhou com outros produtos da TSM Group e que a experiência tem sido positiva. “Cada produto que chega, a gente vai pegando confiança. Já trabalhamos com os adjuvantes e agora estamos testando produtos para, por exemplo, melhorar o engalhamento da soja. São produtos novos, mas, tendo resultados positivos, logicamente vamos seguindo a parceria”, afirma.
Faedo ressalta que o objetivo de todo produtor é sempre aumentar a produtividade. E, por isso, é importante estar atento aos produtos que interagem com a produção. “Agora estamos com uma produtividade média de 75, 76 sacas por hectare, e, dependendo da variedade, passando até de 90 sacas. Com mais produtividade, os riscos aumentam, porque aumenta o capital investido. Por isso, é importante escolher bem os produtos usados”, conclui.
D’P SERVIÇO
TSM Group
Endereço: Rua Teixeira Mendes, 459, Uvaranas, Ponta Grossa (PR)
Telefone: (42) 3236-066
E-mail: [email protected]
Site: tsmgroup.com.br