“Agradeço muito a Curitiba, que me deu essa oportunidade, essa honra, de liderar a cidade pelos próximos quatro anos”, afirma o prefeito eleito de Curitiba, Eduardo Pimentel (PSD), em bate-papo exclusivo ao Ponto de Vista, programa apresentado por João Barbiero na Rede T de rádios do Paraná, na manhã deste sábado (2). Pimentel afirma que é uma honra ocupar a mesma cadeira onde já estiveram Ivo Arzua Pereira por dois mandatos e Jaime Lerner e Rafael Greca por três vezes.

Pimentel avalia que a vitória no 2º turno foi reflexo de uma campanha pautada pela união. “Uma campanha que trouxe a união pela cidade, o saber fazer, o discutir Curitiba, discutir o que realmente importa, as ações, a escola em tempo integral, a abertura de vagas em creches, a saúde para todos, a concessão do transporte coletivo”, diz. O prefeito eleito diz que sentiu uma articulação em todo o Estado a favor de sua campanha. “Também senti uma união muito forte do Paraná: prefeitos e prefeitas de todas as cidades do Paraná todo trabalhando, conversando com seus familiares e amigos que moram na capital nos ajudando e pude ter essa vitória, graças a Deus, e agora organizar para liderar a cidade pelos próximos quatro anos”, ressalta.

O prefeito eleito comentou a surpresa do 2º turno entre ele e a jornalista Cristina Graeml (PMB), que contrariou as expectativas iniciais da campanha, quando se imaginava um 2º turno entre ele e o deputado estadual Ney Leprevost (União) ou entre ele e o ex-prefeito Luciano Ducci (PSB), por exemplo.  “São fatores políticos que temos que entender e aprender com eles, sem dúvida nenhuma. Ela trouxe esperança para algumas pessoas, mas trouxe também muita agressão, muita divisão na cidade, muita desinformação. O eleitor curitibano percebeu que o que realmente vale a pena é o que realmente vale a pena, é a discussão de Curitiba. A pauta ideológica – e ela se posicionou muito, a candidata adversária – eu me coloco à disposição, sou um homem que defende a família, que defende a inocência das crianças, que defende a vida, sou contra as drogas, me posiciono desse lado. Só que, agora, a discussão é sobre Curitiba, a ideologia não coloca comida na mesa, não coloca medicamento na unidade de saúde, não abre vaga em creche, não garante ensino integral para as crianças. O que faz isso é gestão, conhecimento, liderança e isso ficou bem claro no 2º turno”, analisa. Pimentel disse que o resultado das urnas ampliou a margem que mostravam as pesquisas ao longo do 2º turno. “O curitibano, mais uma vez, está interessado no bem da cidade, nas obras, nas ações”, completa.

O futuro prefeito da capital paranaense teve a companhia do avô, o ex-governador Paulo Pimentel, de 96 anos, na apuração dos resultados. “Foi uma honra, porque ele acompanhou comigo a votação. Uma das primeiras pessoas que eu abracei foi ele. Foi governador do Paraná, tem uma história de trajetória de honestidade e trabalho pelo Paraná. Para mim, foi uma honra poder comemorar ao lado dele, do meu pai, da minha esposa, dos meus irmãos, minha família, que estiveram junto, ao meu lado, nessa campanha, que não foi fácil”, frisa.

Outro apoio crucial que Eduardo Pimentel teve, não só durante a campanha, mas durante os últimos anos, foi do atual prefeito Rafael Greca (PSD), de quem foi vice por dois mandatos seguidos. “Aprendi muito com o prefeito ao longo dos oito anos. O apoio dele foi muito importante, foi fundamental. Um grande parceiro, temos uma relação de amizade e de lealdade muito forte, bem como com o governador Ratinho Junior (PSD), que me apoiou até o último dia. Foi muito firme, me ajudou muito e vai me ajudar agora, como governador, com a liberação de recursos. Muito bom ter o apoio dos dois”, salienta.

O prefeito eleito se considera uma pessoa aberta ao diálogo e diz que, além de ouvir muito Greca e Ratinho Junior, também está disposto a ouvir os vereadores eleitos para a próxima legislatura da Câmara de Curitiba e a sociedade civil. “Mas agora eu sou o prefeito, fui eleito para isso, a responsabilidade é minha de liderar a cidade. Eu vou escutar, mas sou eu que vou tomar as decisões pelo bem de Curitiba, pensando sempre no bem de todos. É uma grande oportunidade poder cuidar de Curitiba, capital dos paranaenses, mas a melhor capital do país”, diz.

Com relação ao Governo Federal, o novo prefeito de Curitiba afirma que pretende estabelecer uma relação democrática e de respeito. “Todos sabem do meu posicionamento, eu não concordo com o governo federal, sempre estivemos de lados opostos. Mas eu trabalho com respeito com todos, todos viram isso nesse 2º turno, sempre pedi o voto de todos e agora serei o prefeito de todos. Não tem centro, não tem direita, não tem esquerda: sou o prefeito de todos. Em janeiro, como vou buscar recursos no Governo do Estado, como fui secretário de Estado, sei onde estão os recursos do Governo, vou buscar, com projetos importantes, mas também vou para Brasília já em janeiro, buscar recursos nos Ministérios. Não tenho dúvidas de que serei bem recebido, porque Curitiba contribui muito com o orçamento do Governo Federal e nós queremos o retorno para a cidade. Mas numa relação de respeito, de tranquilidade, sensibilidade, vou buscar recursos, sim, para obras de infraestrutura, de saneamento, de limpeza de rios, de sustentabilidade. Estou atrás de dinheiro”, argumenta.

Pimentel revela que não descansou depois das eleições: o prefeito Greca viajou e ele assumiu interinamente a Prefeitura de Curitiba. Em seguida, já se inicia o processo de transição de mandatos. Desde o início da semana, o prefeito eleito foi bastante concorrido pelos veículos de imprensa com solicitações de entrevista e atendeu a todas, para levar informações à população. “É assim que quero que seja meu mandato: de entrevistas, de conversas, de audiências públicas”, diz.

“Estou muito na expectativa de assumir a cidade e continuar o bom trabalho, avançar, aperfeiçoar, melhorar, me dedicar de corpo e alma pelos quatro anos seguintes”, conclui.