Um caso registrado inicialmente como sequestro-relâmpago e roubo na PR-427, entre Lapa e Porto Amazonas, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), tomou um rumo inesperado após a divulgação de imagens de segurança. O proprietário de um Porsche 911 Carrera, ano 2018, é suspeito de atear fogo no próprio veículo e comunicar o crime falsamente.

Segundo a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), o dono do automóvel procurou a corporação no domingo (5) e alegou ter sido rendido por dois assaltantes armados que o teriam fechado com uma caminhonete. Ele contou que foi colocado no banco traseiro do Porsche e abandonado com o veículo em chamas em uma propriedade rural. O homem foi socorrido por terceiros e levado a uma unidade de saúde com queimaduras pelo corpo.

Contradição nas imagens de segurança

Ao investigar o local do incêndio, os policiais da PRE identificaram uma câmera de segurança de uma fazenda apontada para o trecho da estrada onde o carro estava. O vídeo, cedido pelo proprietário da fazenda, flagrou o momento em que um homem, com as mesmas características de vestimenta do denunciante, se aproxima do veículo com um galão e ateia fogo ao automóvel. O suspeito é atingido pela labareda e corre.

Ao ser confrontado com o conteúdo das imagens na unidade de saúde, o proprietário do Porsche negou ter incendiado o veículo. A Polícia Civil (PC-PR) informou que investiga o caso para "esclarecer a motivação para o ocorrido". Não houve prisão, e o nome do suspeito não foi divulgado.

Carro de luxo com dívidas

O veículo, um Porsche 911 Carrera 2018, está avaliado pela Tabela Fipe entre R$ 600.420,00 e R$ 731.349,00, dependendo da versão, como a 3.0 Carrera 4 Coupe PDK ou 3.0 Carrera GTS Coupe. Informações extraoficiais, citadas em outros veículos, indicam que o automóvel de luxo poderia ter cerca de R$ 150 mil em débitos de IPVA. A Polícia Militar (PM) confirmou que o veículo tinha dívidas de Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), mas não informou o valor. O possível alto valor das dívidas é uma das hipóteses investigadas para o ato. O caso é apurado como falsa comunicação de crime.