há 4 horas
Amanda Martins

O Ministério Público do Paraná (MPPR), por meio da 2ª Promotoria de Justiça de Ponta Grossa, denunciou nesta segunda-feira (8) um homem de 27 anos pelos crimes de ameaça e perseguição (“stalking”) contra seu ex-companheiro, de 31 anos, e familiares dele. O caso, considerado grave pelo órgão, envolveu uma sequência sistemática de intimidações que levou a vítima a abandonar a cidade por medo de violência.
De acordo com informações já apuradas pela equipe do D'Ponta News, a denúncia, entre 17 de novembro e 3 de dezembro, o agressor praticou diversas ações que colocaram em risco a integridade física e psicológica da vítima. O MP destaca que o investigado enviava dezenas de mensagens ameaçadoras por meio de transferências via Pix, usando valores irrisórios para incluir no campo de descrição frases com ameaças de morte dirigidas tanto ao ex-companheiro quanto aos avós dele, de 70 e 68 anos.
A Promotoria também aponta que o denunciado criou um e-mail falso para continuar as intimidações e chegou a registrar um boletim de ocorrência fraudulento alegando o desaparecimento da vítima, resultando na divulgação indevida de sua foto em portais de notícias como se estivesse desaparecido. Em outra ação criminosa, ele confeccionou uma falsa “intimação judicial”, simulando um documento da Vara de Execuções Penais, com conteúdo que tentava coagir o ex-namorado a retomar o relacionamento sob ameaça de prisão e multa.
Além disso, o MPPR relata que o agressor foi até a residência dos avós da vítima para vigiar e fotografar o local, reforçando o clima de terror psicológico. A Polícia Civil complementa que o investigado também perseguia a vítima no local de trabalho, tirando fotos à distância e enviando-as para pressionar o retorno do relacionamento.
As condutas, segundo a Promotoria, impuseram severas restrições à liberdade da vítima, que precisou deixar sua residência e se mudar para outro estado. Familiares também alteraram suas rotinas diante do medo constante de ataques.
O denunciado já possui condenação definitiva por homicídio qualificado e corrupção de menores e cumpria pena em regime semiaberto com uso de tornozeleira eletrônica. Ele foi preso preventivamente na quarta-feira (3) e encaminhado à Casa de Custódia de Ponta Grossa, onde permanece à disposição da Justiça.
Para o MPPR, a prisão é essencial para interromper a escalada de violência e evitar crimes ainda mais graves. As autoridades classificam o episódio como um grave caso de violência doméstica em relacionamento homoafetivo e reforçam que vítimas LGBTQIAP+ devem denunciar perseguições, ameaças e agressões para garantir proteção e acompanhamento adequado.