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Matheus Gaston

Um homem de 27 anos foi preso preventivamente na manhã da última quarta-feira (03), suspeito de perseguir e fazer ameaças de morte ao ex-namorado e aos avós dele, de 70 e 68 anos, em Ponta Grossa. Segundo a Polícia Civil, o investigado usava transferências Pix para enviar mensagens com intimidações à vítima.
As ameaças começaram após o término do relacionamento homoafetivo, que durou aproximadamente seis meses. De acordo com o delegado Derick Moura Jorge, o comportamento abusivo incluiu perseguição no local de trabalho da vítima, a partir de fotos feitas à distâncias e enviadas para intimidação.
Após ser bloqueado pela vítima nas redes sociais, o suspeito passou a utilizar transferências Pix, com valores um e dez centavos, para fazer ameaças de morte. Os textos eram enviados a partir do campo de descrição. "O autor informava que mataria a vítima e seus familiares, em especial seus avós idosos. Por medo do que poderia acontecer, as vítimas acabaram fugindo de Ponta Grossa e se escondendo em outro estado. Outros parentes também alteraram suas rotinas por medo de violência", conta o delegado.
Imagens disponibilizadas pela Polícia Civil mostram que o suspeito ainda indicava prazos para a volta do relacionamento. Segundo a investigação, o homem chegou a ir pessoalmente à residência dos avós da vítima e fez fotos da fachada para reforçar que sabia o endereço da casa e que poderia retornar a qualquer momento.

Além das fotos e das transferências Pix, de acordo com o delegado responsável pelo caso, o suspeito também criou um e-mail falso para continuar as ameaças. Em uma das mensagens, o investigado disse que iria sequestrar e matar o avô da vítima caso o relacionamento não foi reatado. "Ele ainda afirmou que "mataria toda a família" caso a vítima procurasse as autoridades, visando impedir o acesso aos mecanismos de proteção do Estado", revela Derick.
Conforme a Polícia Civil, o ex-namorado da vítima possui condenação definitiva por homicídio qualificado e corrupção de menores. Atualmente, o suspeito cumpre pena em regime semiaberto harmonizado com monitoramento eletrônico por tornozeleira.
O investigado foi localizado, preso e encaminhado para a Casa de Custódia de Ponta Grossa, onde permanece à disposição da Justiça. O inquérito policial foi finalizado e enviado ao Ministério Público do Paraná (MPPR) para a adoção das medidas cabíveis.
"A prisão tem por finalidade interromper a escalada de violência, proteger a vítima e familiares idosos, preservar a instrução criminal e evitar crimes mais graves, inclusive homicídio por motivo relacionado à orientação sexual da vítima. O caso é tratado como grave exemplo de violência doméstica em relacionamento homoafetivo, evidenciando a necessidade de que vítimas LGBTQIAP+ denunciem situações de ameaça, perseguição e agressão", reforça o delegado.