há 7 horas
Amanda Martins

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), criticou duramente os parlamentares Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ) após novas declarações polêmicas dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em publicação feita nas redes sociais nesta sexta-feira (24), Gleisi acusou os dois de atentarem contra a soberania nacional.
“Primeiro, Eduardo Bolsonaro pediu o tarifaço e as sanções da Magnitsky para atacar o Brasil. Agora é Flávio Bolsonaro que pede a intervenção armada dos EUA em nosso território. Não tem limites a vocação dessa família para trair o Brasil. Felizmente, temos o presidente Lula no comando, para defender nossa soberania contra qualquer tipo de intervencionismo”, escreveu a ministra.
Segundo informações do portal Metrópoles, a reação de Gleisi ocorre após Flávio Bolsonaro responder, na quinta-feira (23), a uma publicação do secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, sobre ataques de navios norte-americanos à Venezuela. Em tom irônico, o senador sugeriu que os EUA enviassem tropas ao Brasil.
“Que inveja! Ouvi dizer que há barcos como este aqui no Rio de Janeiro, na Baía de Guanabara, inundando o Brasil com drogas. Você não gostaria de passar alguns meses aqui nos ajudando a combater essas organizações terroristas?”, publicou o parlamentar.
A fala repercutiu mal entre políticos e analistas, sendo interpretada como um pedido de intervenção estrangeira.
Além disso, Eduardo Bolsonaro tem sido apontado como articulador de iniciativas para impor sanções internacionais ao governo brasileiro e ao
Supremo Tribunal Federal (STF), por meio da chamada Lei Magnitsky, instrumento usado pelos EUA para punir supostos violadores de direitos humanos, e pela defesa de tarifas sobre produtos brasileiros.
As declarações ocorrem em meio a um momento de tensão política. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem sendo alvo de críticas da oposição após afirmar, em entrevista recente, que traficantes também são vítimas da dependência química.
Para Gleisi, as falas dos filhos de Bolsonaro extrapolam o debate político e colocam em risco a imagem do país. “É inadmissível que parlamentares brasileiros peçam interferência estrangeira em assuntos internos. Isso é uma afronta direta à Constituição e à soberania nacional”, afirmou a ministra.