há uma hora
Heryvelton Martins

A equipe do D'Ponta News aprofunda a investigação sobre a polêmica envolvendo a nova empresa de castração de animais em Ponta Grossa. O nossa equipe teve acesso ao laudo de necropsia de uma gata que morreu após o procedimento. A felina faleceu três dias depois da esterilização, realizada no mutirão promovido pela Prefeitura no Lago de Olarias, em 25 de setembro.

O laudo, emitido pelo Centro de Referência de Animais em Risco (CRAR), aponta choque hipovolêmico decorrente de hemorragia interna no coto uterino como a causa principal da morte. A tutora relatou que o animal manifestou mal-estar logo após a cirurgia, recebeu atendimento emergencial em 26 de setembro e veio a óbito no dia 28.
O evento integrou parceria entre a Prefeitura e a Mars Brasil, por meio da marca Pedigree, com a Clinicão Clínica Veterinária Popular Ltda., visando castrar 200 cães e gatos nos dias 24 e 25 de setembro. O laudo descreve edema, hematoma extenso ao redor da sutura abdominal de 2 cm e cerca de 10 ml de líquido sanguinolento na cavidade abdominal, além de hipertrofia ventricular esquerda no coração.
Veterinários ouvidos em Comissão Especial de Inquérito (CEI) na Câmara Municipal confirmaram o óbito por choque hipovolêmico, comum em perdas sanguíneas pós-cirurgia.
Recentemente, o Conselho Municipal de Proteção e Defesa dos Animais (CMPDA) recomendou por unanimidade que a Prefeitura suspenda o início dos serviços com a Clinicão, citando protocolos anestésicos inadequados, uso de fios não absorvíveis e irregularidades em pesquisa de preços.
A deliberação, publicada em 5 de dezembro no Diário Oficial, exige aditivos contratuais para incluir ONGs e protetores, além de fiscalização com imagens intraoperatórias, para evitar retrocessos no bem-estar animal. A terceirização ocorre após suspensão anterior de credenciamento por suspeitas de direcionamento em licitação.
A Prefeitura mantém credenciamento com 15 clínicas locais para castrações mensais, mas a lista de espera chega a 420 animais.