há 3 horas
Heryvelton Martins

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva utilizou seu discurso de abertura na COP30, em Belém do Pará, para pedir ações urgentes contra o aquecimento global e defender a construção de um cronograma global para superar a dependência de combustíveis fósseis.
Diante de líderes mundiais e representantes de cerca de 194 países, Lula declarou que a crise climática não é mais uma ameaça futura, mas uma tragédia do presente, citando eventos extremos recentes para reforçar a urgência de respostas internacionais coordenadas.
Na fala, Lula exigiu que países desenvolvam “mapas do caminho” para, de maneira justa e planejada, superar a dependência de petróleo, carvão e gás, além de mobilizar recursos para reverter o desmatamento e adaptar comunidades vulneráveis aos impactos das mudanças climáticas.
O presidente defendeu o financiamento internacional, transferência de tecnologia e apoio aos países em desenvolvimento, ressaltando que “é mais barato financiar o clima que guerras”. Lula também cobrou justiça ambiental e afirmou ser hora de “impor uma nova derrota aos negacionistas”, condenando atitudes e políticas que ignoram as evidências científicas sobre a crise climática.
Belém, que sedia a conferência pela primeira vez na Amazônia, tornou-se o centro das atenções ao reunir cerca de 50 mil participantes, entre diplomatas, ativistas e lideranças indígenas, com debates voltados para transição energética, adaptação e financiamento climático. O Brasil, anfitrião do evento, buscou assumir protagonismo global, com o discurso político de Lula sendo visto como sinal positivo por observadores.
Entretanto, também foram feitas cobranças a respeito da coerência entre a defesa do fim dos fósseis e os recentes licenciamentos para exploração de petróleo no Brasil. O verdadeiro sucesso da COP30 será medido na capacidade de concretizar compromissos e estabelecer prazos factíveis para abandonar os combustíveis fósseis e combater o desmatamento.