O Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, é o país da América Latina com maior prevalência de depressão. Ainda conforme a pasta, a doença é a mais associada ao suicídio. No país, são registrados 14 mil casos por ano, o que equivale, em média, a 38 mortes por dia. Diante desse cenário, a campanha Setembro Amarelo busca conscientizar acerca da depressão e prevenir o suicídio.
Entre os fatores de risco estão histórico familiar, transtornos psiquiátricos correlatados, estresse crônico, ansiedade crônica, disfunções hormonais, traumas psicológicos, conflitos conjugais, mudança brusca de condições financeiras e desemprego. Além disso, existem evidências que indicam que a doença pode ter causas genéticas.
Mas existem sinais que possam identificar a depressão? Para a psicóloga Bibiani Polli Stanger Rosa (CRP 08/40992) é possível identificar um possível episódio depressivo. “Existem diversos sinais que podem indicar que alguém está passando por um episódio depressivo e os sintomas podem variar de pessoa para pessoa. Alguns dos sinais mais comuns incluem tristeza profunda e persistente, perda de interesse em atividades antes prazerosas, sentimentos de culpa e inutilidade, irritabilidade, ansiedade, alterações no sono e apetite, fadiga, isolamento social, dificuldade de concentração, pensamentos negativos e, em casos mais graves, pensamentos recorrentes de morte”, aponta.
No entanto, ela destaca que o diagnóstico requer “um conjunto específico de sintomas, com intensidade e duração suficientes para causar sofrimento significativo ou prejuízo no funcionamento da pessoa em diversas áreas de sua vida, como social, profissional ou pessoal”. “É importante destacar que o impacto da depressão pode variar amplamente, desde sintomas leves que exigem um esforço considerável para manter o funcionamento até quadros mais graves que comprometem significativamente a qualidade de vida do indivíduo. É crucial lembrar que a depressão não é frescura, mas sim uma doença complexa que exige tratamento adequado. A busca por ajuda profissional é fundamental para um diagnóstico preciso e um plano de tratamento personalizado”, afirma Bibiani.
Sintomas físicos
Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5 TR) a depressão, além das alterações de humor características, pode se manifestar através de uma variedade de sintomas físicos. Embora nem todos os indivíduos com depressão experimentem todos esses sintomas, e a intensidade possa variar, alguns dos mais comuns incluem:
alterações significativas no apetite e peso (aumento ou perda)
distúrbios do sono
fadiga excessiva
agitação ou lentidão nos movimentos
dores crônicas sem causa aparente
problemas gastrointestinais
sintomas relacionados ao sistema nervoso autônomo, como palpitações e sudorese
De acordo com Bibiani, um dos sinais mais preocupantes é o pensamento suicida. “Além dos pensamentos de morte, outros sinais de alerta incluem dificuldades em realizar atividades cotidianas, alterações significativas no comportamento e, em casos mais graves, a presença de alucinações e delírios. É crucial ressaltar que a depressão é uma doença tratável e que buscar ajuda profissional é essencial para superar essa fase”, afirma.
Como ajudar
O auxílio de familiares e amigos é fundamental na recuperação de alguém com depressão. Entre as dicas para ajudar, Bibiani aponta: “Pequenas atitudes, como estar presente, ouvir com atenção, validar os sentimentos, evitar frases que minimizem a experiência e incentivar a busca por ajuda profissional, podem fazer uma grande diferença. É importante incluir a pessoa em atividades leves e agradáveis, respeitando seus limites e celebrando suas conquistas. É preciso evitar minimizar os sentimentos da pessoa, compará-la com outras ou oferecer conselhos não solicitados. Lembre-se, a depressão é uma doença complexa e cada pessoa reage de forma diferente ao tratamento”.
Atendimento em PG
O Município de Ponta Grossa conta com os seguintes serviços:
● CAPSad
● CAPS II
● CAPSij
● Ambulatório de Saúde Mental
● UPA Santana
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são unidades públicas de saúde mental que oferecem acompanhamento multidisciplinar e gratuito para pessoas com transtornos mentais graves e persistentes, incluindo transtornos psicóticos, transtornos de humor, transtornos de ansiedade, transtornos alimentares e transtornos do uso de substâncias.
Os CAPS são “porta aberta”, ou seja, não precisa de encaminhamento para ser atendido. Basta ir ao CAPS com documentos pessoais. A equipe é composta por psiquiatras, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, educadores físicos, enfermeiros e outros profissionais.
O Ambulatório de Saúde Mental, destina-se ao atendimento ambulatorial de pessoas com transtornos mentais moderados. São prestados serviços de psicologia, musicoterapia e psiquiatria.
Para ser atendido no Ambulatório de Saúde Mental, o usuário deve ser encaminhado pela Unidade de Saúde via SISREG (sistema de regulação).
Endereços:
CAPS AD – CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS
Serviço de atenção diária específico para o cuidado de pessoas com necessidades decorrentes do uso de álcool, crack e outras drogas.
Acesso: Serviço porta aberta, ou seja, não necessita de encaminhamento.
Público-alvo: a partir de 18 anos de idade. Horário de atendimento: Segunda a Segunda das 07:00 às 19:00.
Endereço: Rua Vicente Spósito S/N (ao lado do terminal de Uvaranas). Fone: 3220-1021 opção 1
CAPS II ou TM – CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL TRANSTORNOS MENTAIS
Serviço de atenção diária específico para o cuidado de pessoas em intenso sofrimento psíquico decorrente de transtornos mentais graves e persistentes e outras situações que impossibilitem estabelecer laços sociais e realizar projetos de vida.
Acesso: Serviço porta aberta, ou seja, não necessita de encaminhamento.
Público-alvo: a partir de 18 anos de idade.
Horário de atendimento: Segunda a sexta das 08:00 às 18:00.
Endereço: Avenida Antônio Rodrigues Teixeira Júnior, 229. Jardim Carvalho. Fone: 3220-1021 opção 2
CAPS IJ – CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL INFANTOJUVENIL
Serviço de atenção diária específico para o cuidado de crianças e adolescentes com transtornos mentais graves e persistentes inclusive com necessidades decorrentes do uso de álcool, crack e outras drogas.
Acesso: Serviço porta aberta, ou seja, não necessita de encaminhamento.
Público Alvo: de 3 anos até 18 anos (incompletos).
Horário de atendimento: Segunda a sexta-feira das 08:00 às 18:00 horas.
Endereço: Rua Reinaldo Ribas Silveira, 156. Ronda. Fone: 3220-1015. Ramal 4541 e 4543
AMBULATÓRIO DE SAÚDE MENTAL – ASM
Acesso: O usuário deve ser encaminhado pela Unidade de Saúde via SISREG (sistema de regulação).
Público-alvo:
● Psicologia: crianças (a partir de 3 anos), adolescentes e adultos.
● Psiquiatria: crianças (a partir de 5 anos), adolescentes e adultos.
Horário de atendimento: Segunda a sexta-feira das 07:00 às 17:00 horas.
Endereço: Rua Princesa Isabel, 228, em frente à Igreja São José. Fone: 3220-1021 opção 4.
Em âmbito nacional há o Centro de Valorização da Vida. Trata-se de um serviço voluntário gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo e anonimato.
Para contato é possível ligar gratuitamente 188 ou buscar atendimento por e-mail ou chat.