Inserida na história de Ponta Grossa desde a fundação da entidade, a Federação das Indústrias do Estado do Paraná exerce um papel crucial no desenvolvimento do município, colaborando para a melhoria da infraestrutura nas áreas industriais, realizando articulações para a vinda de grandes indústrias e apoiando iniciativas locais
Por Edilson Kernicki
Criada em agosto de 1944, para servir e fortalecer a indústria com representatividade, a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) se insere no contexto ponta-grossense desde a sua fundação. Como relata o presidente da federação, Carlos Valter Martins Pedro, “um dos nove sindicatos fundadores da entidade foi o Sindicato das Indústrias da Madeira do Estado do Paraná, que representava um setor no qual Ponta Grossa e região já eram referência naquela época e que ganhou ainda mais força a partir de 1960, com a criação do Sindimadeira-PG, também filiado à FIEP”. O Sindicato das Indústrias de Lacticínios e Produtos Derivados no Paraná, que representa um tradicional e relevante setor na região, também fez parte da fundação.
Entre as atribuições da entidade, estão a coordenação, proteção e representação legal de diversas categorias econômicas da indústria, além da promoção e defesa de seus legítimos interesses. “Em seus 79 anos, a FIEP sempre esteve ligada a Ponta Grossa, e, ao atuar pelo fortalecimento de seu setor industrial, vem contribuindo para o desenvolvimento econômico e social do município”, aponta Martins Pedro.
Mais infraestrutura
Com mais de 100 anos de atividade industrial, desde a virada do século XIX para o XX, até os anos 1920, a indústria ponta-grossense já se mostrava robusta, contando com fábricas de doces, sabões, velas, massas alimentícias, tecidos, cerveja, banha, e metalúrgicas e serrarias. A partir da década de 70, as empresas, principalmente aquelas ligadas ao processamento da produção agrícola, concentraram-se no Distrito Industrial Cyro Martins, colaborando para direcionar o progresso da cidade em outras regiões. Se hoje as fábricas estão localizadas mais próximas das saídas do município, valendo-se do fato de Ponta Grossa estar posicionada em um dos maiores entroncamentos rodoferroviários do Brasil, antes elas surgiam às margens do núcleo urbano, que se espalhou e cresceu ao redor delas.
O avanço da infraestrutura viária permitiu um significativo progresso industrial em Ponta Grossa. Nesse quesito, a FIEP desempenhou um papel fundamental para melhorar a infraestrutura do município, fator essencial para a indústria, que depende de boas condições de estradas, ferrovias, portos e aeroportos para transportar os seus insumos e produtos. “A FIEP sempre buscou articulação com diferentes órgãos públicos ou concessionárias para apontar as prioridades do setor em relação à infraestrutura, defendendo investimentos que aumentem a eficiência e a segurança dos diferentes modais em todo o estado, incluindo a região de Ponta Grossa, com foco no aumento da competitividade da indústria e da economia como um todo”, aponta Martins Pedro.
A consolidação de um Distrito Industrial, que retira as fábricas da proximidade de áreas residenciais e as insere nas saídas da cidade, foi uma demanda que ganhou apoio da FIEP. Sindicatos filiados à entidade apresentaram interesse em aprimorar o ambiente de negócios na cidade e região. Para isso, a criação de distritos industriais, que oferecessem às empresas uma infraestrutura e um ambiente adequados para que exerçam as suas atividades, e com o menor impacto sobre o restante da sociedade, foi uma medida fundamental para o desenvolvimento do setor. “Ponta Grossa tem se destacado, ao longo de sua história, ao planejar esses distritos, o que também ajuda a explicar o sucesso que o município vem registrando na atração de novas indústrias”, avalia o presidente da FIEP.
Atuação dos sindicatos
Diversos industriais ponta-grossenses participaram ativamente da diretoria da FIEP e se envolveram em ações de fortalecimento do setor, em todo o Paraná. “Porém, mais do que ressaltar nomes específicos, é importante destacar a atuação dos sindicatos que representam as indústrias da região. A FIEP é composta por seus 99 sindicatos filiados, e é em razão deles e das indústrias que sempre devemos atuar”, observa Martins Pedro. Ponta Grossa sedia seis desses sindicatos, que atuam em sinergia na Casa da Indústria: Sindimadeira, Sindimetal, Sindipan (panificação), Sindiminerais, Sindirepa (reparação automotiva) e Sindicer (olarias e cerâmica). “Todos os industriais que fizeram e fazem parte desses sindicatos são parte da força da FIEP na defesa do nosso setor”, aponta Martins Pedro.
Iniciativas locais
Além de colaborar para a atração de grandes investimentos externos, a FIEP contribui para o desenvolvimento de iniciativas locais no município, independente do porte. Esse ponto de apoio para as indústrias que pretendem se instalar no município tem o seu trabalho potencializado pelos sindicatos filiados à entidade que atuam na região. Somado a isso, a presença de estruturas de atendimento à indústria disponibilizadas por outras instituições que formam o Sistema FIEP – Senai, Sesi e IEL – também é um fator levado em conta por investidores que decidem apostar na cidade. “Os serviços que prestamos em áreas como qualificação profissional, segurança e saúde no trabalho, tecnologia e inovação, entre outros, certamente também contribuem para o desenvolvimento industrial da cidade e da região”, assinala o presidente da federação.
Diversificação fabril
Detentora do maior parque industrial do interior do Paraná, com quase 1,6 mil empreendimentos entre indústria extrativa, de transformação, de construção e de serviços industriais de utilidade pública (SIUP), Ponta Grossa tem significativo peso na tomada de decisões e elaboração de políticas dentro da FIEP. “Como a missão do Sistema FIEP é servir e fortalecer a indústria, e é em função das necessidades dela que planejamos todos os nossos serviços e ações de representação institucional, levamos muito em conta todas as demandas das empresas da cidade quando planejamos nossos investimentos e prioridades”, explica.
“Ponta Grossa sempre foi um município importante para o desenvolvimento do Paraná e demonstra cada vez mais sua força na economia do estado. Atualmente, a cidade tem vivido um ciclo especial de desenvolvimento, em que chama a atenção principalmente o crescimento do setor industrial e, mais do que isso, a diversificação desse parque fabril. Mesmo com a região tendo uma vocação natural para o agronegócio e a indústria alimentícia, a cidade vem atraindo indústrias de diferentes segmentos, em uma diversificação que é muito positiva para que continue se desenvolvendo econômica e socialmente”, conclui.