Sábado, 04 de Maio de 2024

Enfoque D’P: Responsabilidade social – Pelo bem da comunidade

2023-09-03 às 13:54
Foto: Reprodução

Empresas de Ponta Grossa investem em projetos sociais e geram impacto positivo na sociedade, contribuindo para o desenvolvimento de setores como educação, esporte, emprego e causa animal

por Edilson Kernicki

Reafirmar valores e a missão de uma marca perante o público externo são algumas das razões que levam empresas a adotarem um compromisso com a sociedade – e não apenas com os clientes e consumidores. Nesse sentido, a responsabilidade social empresarial – que tem como pilares o desenvolvimento e o apoio social, econômico e ambiental – busca, através de suas práticas, contribuir para promover uma sociedade mais justa e socialmente saudável. Projetos desenvolvidos ou apoiados por empresas como o Grupo MM, a Princesa Assistência e a Sicredi Campos Gerais e Grande Curitiba PR/SP reforçam os seus elos comunitários ao colocarem em prática esses ideais.

O Grupo MM é mantenedor do Instituto Mundo Melhor (IMM), que desenvolve projetos nas áreas de educação, saúde e qualificação profissional. Segundo o CEO do grupo, Marcio Pauliki, o foco no segmento educativo parte da percepção de que falta empregabilidade para o mercado de trabalho. “Emprego tem. O que falta são pessoas com empregabilidade, quer dizer, capacitação técnica e um pouco de experiência. Os jovens de primeiro emprego, que não têm experiência, precisam ainda mais exercer essa capacitação”, defende.

O IMM já atendeu, desde 2009, mais de 110 mil pessoas, em projetos como Geração Paz, Escola Restaurativa, Jovem Mãe, Jovem Mundo Melhor, Expresso de Informática e Salas Virtuais Mundo Melhor. Pauliki explica que os cursos on-line procuram fornecer, além da capacitação, condições para que o jovem se saia bem em uma entrevista de emprego, na qual ele pode ser questionado sobre atualidades ou cultura geral.

Sempre presente

Na visão do proprietário da Princesa Assistência, Anderson Rodrigues, apoiar projetos sociais pode ajudar a minimizar problemas da comunidade. “O nosso objetivo é que, através de projetos sociais, possamos melhorar o incentivo à educação, ao esporte, enfim, ajudar toda a comunidade, principalmente onde há mais fragilidade, incluindo os animais abandonados”, comenta. No início de junho, por exemplo, a Princesa foi uma das empresas que apoiaram uma feira de adoção de animais promovida pela Prefeitura Municipal durante a Semana do Meio Ambiente, no Lago de Olarias.

Além do apoio financeiro, Rodrigues comenta que gosta de acompanhar pessoalmente os projetos selecionados, que, na visão dele, buscam uma melhoria contínua da comunidade. “Avaliamos, entre os projetos, os que têm mais carência, onde mais se precisa de ajuda e em quê nós podemos ajudar, não somente em questão de dinheiro. Estamos sempre presentes. Eu mesmo faço a frente, visito toda a comunidade, como nas festas juninas”, cita o empresário.

“O nosso objetivo é melhorar o incentivo à educação, ao esporte, enfim, ajudar toda a comunidade através de projetos sociais” (Anderson Rodrigues, proprietário da Princesa Assistência)

Também em junho, a Princesa foi parceira na realização de duas festas juninas do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) e do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF). Os eventos foram organizados pela Fundação de Assistência Social (FASPG) e pelo Departamento de Proteção Social Básica, e tiveram apoio dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e do Programa Selo Social. Os eventos tinham como objetivo ajudar famílias referenciadas nos CRAS Santa Luzia, Sabará, Nova Rússia, Jardim Carvalho, Vila XV, Coronel Cláudio, Cará-Cará, Vila Isabel, 31 de Março e Jardim Paraíso.

Valores reforçados

A cooperativa Sicredi é outra empresa conhecida por investir em projetos voltados à comunidade. Através de seu Fundo Social, a cooperativa apoia projetos sociais locais, de interesse coletivo, voltados à educação, cultura, esporte, saúde, meio ambiente, segurança e inclusão social. “Todos, de igual importância para a cooperativa, são apoiados pela relevância em sua respectiva comunidade, vindo ao encontro do propósito de nossa instituição de construir juntos uma sociedade mais próspera”, destaca o presidente da Sicredi Campos Gerais e Grande Curitiba PR/SP, Marcio Zwierewicz.

Para obter recursos do Fundo Social, os projetos devem contribuir com o desenvolvimento das comunidades da área de atuação da cooperativa e desempenhar benefício direto e coletivo à comunidade, com prazo máximo de conclusão de 12 meses a partir da data de inscrição. Cabe ao Comitê de Avaliação, formado pelo gerente da agência onde ele foi inscrito e os coordenadores de núcleo, selecionar os projetos. Na avaliação, eles analisam se as entidades são associadas à Sicredi e possuem conta de depósito e CNPJ regulares e ativos; se o estatuto demonstra que o projeto possui uma das finalidades atendidas pelo Fundo Social; se a entidade está em dia com as suas obrigações junto à Sicredi; e se não faz parte de ações de cunho político-partidário.

“Quando nos envolvemos com a comunidade, colocamos em prática o nosso propósito de construir uma sociedade mais próspera” (Marcio Zwierewicz, presidente da Sicredi Campos Gerais e Grande Curitiba PR/SP)

Esse comitê visita as entidades contempladas pelo Fundo Social a fim de fortalecer o relacionamento com elas, validar a execução do projeto e reportar eventuais oportunidades de melhoria. “É de responsabilidade das entidades demandantes disponibilizar informações complementares sobre o projeto, manter evidências dos recursos investidos e prestar contas à cooperativa”, explica Zwierewicz. A avaliação também leva em conta o benefício geral para a comunidade, o número de pessoas impactadas pela ação ou entidade, e a sua abrangência. Cabe ao Conselho de Administração e à Diretoria Executiva darem a aprovação final aos projetos beneficiados.

Colaboração, ética e empreendedorismo

Lançado na década de 1990, em Santo Cristo (RS), o programa A União Faz a Vida (PUFV), principal iniciativa de responsabilidade social da Sicredi, hoje abrange 3,9 mil escolas em mais de 650 municípios de todo o país. Na região, o programa alcança 77 escolas e envolve 560 educadores e 10,4 mil crianças e adolescentes. “O programa atua para despertar a essência do cooperativismo e contribuir para formar uma sociedade mais colaborativa, ética e empreendedora”, explica Zwierewicz.

Nas escolas parceiras, o aluno é desafiado a ser protagonista no processo de aprendizagem, através de “expedições investigativas”, que são o ponto de partida para definir temas dos projetos cooperativos. Os professores formulam questões que orientam a visita ao território da investigação e os estudantes vão à comunidade observar, experimentar e descobrir o ambiente do entorno. Após a expedição, os alunos escolhem o projeto a ser realizado e definem o tema sobre o qual querem aprender mais.

Os dois pinheiros que simbolizam o cooperativismo na Sicredi traduzem o equilíbrio entre os aspectos social e econômico: quanto mais pessoas aderirem ao modelo cooperativista, mais ações e iniciativas sociais são apoiadas pela Sicredi. “Quando nos envolvemos com a comunidade, através de nosso apoio a iniciativas sociais, reforçamos os nossos valores enquanto instituição financeira cooperativa, fortalecemos a nossa relação com o associado e colocamos em prática o nosso propósito genuíno de construir juntos uma sociedade mais próspera”, acrescenta Zwierewicz.

Na Sicredi, os recursos para projetos sociais derivam da destinação de parte do resultado da cooperativa para projetos de desenvolvimento social. “A iniciativa, aprovada pelos associados em assembleia em 2020, já beneficiou diversas entidades da área de atuação da cooperativa. Somente em 2022, cerca de R$ 1 milhão foi destinado ao Fundo Social da cooperativa, em 78 projetos distintos”, aponta o presidente.

Fazendo a diferença

No Instituto Mundo Melhor, o critério de seleção de projetos leva em conta o raio de atuação, o impacto e a eficiência. Os projetos são selecionados ao longo do ano e incluídos no orçamento do próximo. “O que realmente pesa é o quanto ele pode fazer diferença para a comunidade. Quando você consegue melhorar a vida de alguém, independente do projeto, você não está apenas melhorando a vida dessa pessoa, mas sim de todas as futuras gerações dela”, analisa Pauliki.

Divulgar e apoiar projetos sociais, para o CEO do Grupo MM, é fundamental para motivar que outras empresas façam o mesmo, por considerar que a iniciativa privada, muitas vezes, consegue promovê-los de forma mais rápida e menos burocrática do que o setor público. Segundo o empresário, cada projeto é acompanhado de perto para a verificação dos resultados. O IMM está presente em 18 estados e o objetivo do grupo é estender as salas virtuais a todos os estados do Brasil e até internacionalmente, em outros países de língua portuguesa e no Canadá, para onde o material vem sendo traduzido para o inglês.

“Apoiar projetos sociais faz parte do nosso DNA. Não existe uma empresa de sucesso numa sociedade de insucessos” (Marcio Pauliki, CEO do Grupo MM)

Pauliki ressalta que os recursos aplicados pelo Instituto Mundo Melhor nos projetos sociais são do próprio caixa do Grupo MM e não de leis de incentivo ou de benefícios fiscais. “Esses valores saem direto do nosso orçamento. Em todas as cidades onde o Grupo MM está presente, um percentual do faturamento é direcionado a eventos culturais ou esportivos”, relata. “Apoiar projetos sociais faz parte do nosso DNA, pois acreditamos que não existe uma empresa de sucesso numa sociedade de insucessos. Acreditamos que, muito mais do que gerar empregos e impostos, temos que gerar oportunidades também para o meio onde convivemos”, opina.

Apoio ao esporte

Um dos principais meios de inclusão social, o esporte é um dos segmentos mais contemplados por empresas da cidade em projetos sociais. O centenário Olinda Esporte Clube, da região de Olarias, recebeu aporte financeiro da Princesa Assistência para a iluminação do campo, a fim de que o clube também possa usar a estrutura à noite. “O campo, a partir de agora, poderá contar com iluminação, com estrutura melhor, para atrair mais a população e fazer projetos de esportes no período noturno. Também poderá até alugar, porque hoje não tem um campo de futebol oficial que ofereça esse serviço. Isso pode trazer mais renda e favorecer o Olinda”, ressalta Rodrigues.

A tenista de mesa Laura Souza, de 14 anos, que se destacou com o 1º lugar individual (por equipes e geral) da modalidade nos Jogos Estudantis Municipais (JEM), e com o 1º lugar na fase regional dos Jogos Escolares do Paraná (JEPs), é patrocinada pela Princesa Assistência. A “prata da casa” também foi destaque da modalidade no Pan-Americano sub-13, na República Dominicana, em 2022.

O Grupo MM, por sua vez, é patrocinador oficial do Operário Ferroviário Esporte Clube (OFEC) há 17 anos. “Acreditamos que o esporte também é uma das formas mais eficientes de se levar o nome da cidade para o país”, comenta Pauliki.

Paraesporte

O apoio das empresas também se estende ao paraesporte. Há dois anos, o Grupo MM lançou o projeto Promovendo Conquistas para as Pessoas, que atende a instituições e pessoas em busca de transformar as suas realidades. “Promovemos conquistas, pois acreditamos que é através do esporte que existe a promoção e a inclusão social. O paraesporte é algo que nós já vínhamos apoiando há muito tempo e agora expandimos para paratletas individuais”, aponta Pauliki, citando que o projeto tem apoiado dois atletas em busca do índice para os Jogos Paralímpicos de Paris.

A Princesa Assistência, por sua vez, ajudou a patrocinar o fornecimento de quimonos aos praticantes de judô da Escola Paralímpica de Esportes, projeto do Departamento de Paradesporto da Secretaria Municipal de Esportes. Sob supervisão dos professores Luciano Migliorini e Francielle Ribas, a iniciativa atende a cerca de 30 alunos PCD no Ginásio Jamal Farjallah Bazzi.

Desde março, a empresa apoia a jovem Débora Louyse, de 12 anos, que participa com o pai, Luiz Carvalho, do que ele chama de “maratonas inclusivas”. Débora é cadeirante e o pai corre com ela, empurrando-a num triciclo adaptado. Juntos, já participaram de mais de 300 corridas Brasil afora. Pai e filha contam com o apoio da Princesa Assistência. Correr com a filha foi o meio que Luiz encontrou para atrair mais visibilidade para a inclusão de pessoas com deficiência. “Temos obtido muitos resultados com a maratona pela inclusão da Débora”, comemora.

Conteúdo publicado originalmente na Revista D’Ponta #296