O VBP contempla aproximadamente 350 itens. Os dados são levantados ao longo do ano com pesquisas semanais de preços e das condições de lavoura, culminando com esse levantamento mais específico de itens diversificados da fruticultura, floricultura, silvicultura e uma ampla gama de produtos animais e vegetais que refletem o setor rural do Estado.
FUNDO DE PARTICIPAÇÃO – Além de traçar o panorama da produção agropecuária e do valor que isso representa para o Estado, o levantamento tem importância fundamental para os municípios. “Esse índice é utilizado para compor o Fundo de Participação dos Municípios”, ressaltou a responsável pela elaboração do relatório, Larissa Nahirny. “O índice representa 8% da cota-parte dos municípios”, explicou.
Segundo ela, a partir da publicação das informações preliminares no Diário Oficial, os dirigentes municipais são convidados a analisar e, caso desejem, podem entrar com recurso fundamentado para impugnar ou questionar algum dado relacionado ao desempenho agropecuário. O prazo é de 30 dias a contar da publicidade oficial. Após isso, o Deral divulga o resultado final do VBP de 2020.
O chefe do Departamento de Economia Rural, Salatiel Turra, afirmou que o VBP mostra, de forma destacada, os produtos que são referências nos municípios paranaenses. “O Estado atingiu a maior marca da história em termos de VBP”, comemorou. O número total foi de R$ 128.350.088.292,14 contra R$ 98.083.037.807,07 em 2019. “Esse número é importante e traz uma representação das potencialidades e diversidades que o Estado tem”, completou Turra.
TRIGO LIDERA – Preliminarmente, o que se observou é que os grãos e as grandes culturas do Estado encabeçaram o crescimento, com variação real de 31%, passando de R$ 38,5 bilhões em 2019 para R$ 54,3 bilhões no ano passado. Nesse segmento, o trigo teve o melhor resultado, com aumento de 87% no valor bruto de produção, alcançando R$ 3,5 bilhões.
No setor pecuário, a alta real de 21% também foi expressiva, saltando de R$ 48,7 bilhões para R$ 63,7 bilhões. O valor de bezerros apresentou maior crescimento porcentual, com 49% de elevação, firmando-se em R$ 1,5 bilhão. Suínos e bovinos de corte tiveram, ambos, aumento de 29%, enquanto o faturamento do frango de corte subiu 17% em 2020 comparado com 2019.
As frutas também apresentaram índice positivo no Valor Bruto de Produção, com 10% de crescimento real. Nesse segmento, destaque para as tangerinas, que atingiram o índice de 99%, passando de R$ 122,8 milhões para R$ 263,8 milhões. O morango evoluiu 17% e rendeu R$ 259,8 milhões.
ERVA-MATE – As hortaliças, cuja produção foi castigada pela estiagem, não tiveram o mesmo desempenho. A redução real ficou em 22%, com o VBP caindo de R$ 4,6 bilhões em 2019 para R$ 3,9 bilhões no ano passado. No segmento, os produtos que mais sofreram foram o repolho (-41%), o tomate (-35%) e a batata inglesa (-26%).
Os produtos florestais também apresentaram baixa nos valores de produção. Em 2019, tinham conseguido cerca de R$ 4,3 bilhões e reduziu-se para pouco mais de R$ 4,2 bilhões, ou seja, 10% a menos. Mas, nesse segmento, a erva-mate em pé se destaca com crescimento de 6%, passando de R$ 656 milhões para R$ 753 milhões. Já as flores e plantas ornamentais tiveram redução real de 6%.
da AEN