há 6 horas
Giovanni Cardoso
Adélio Bispo de Oliveira, de 47 anos, será submetido nos próximos dias a uma nova avaliação psiquiátrica. O exame tem como objetivo determinar se ele ainda representa risco à sociedade, segundo apuração do portal Metrópoles.
A avaliação será realizada por dois psicólogos designados para examinar o interno no Presídio Federal de Campo Grande (MS), onde Adélio está custodiado desde 2018, ano em que esfaqueou o então candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PL), durante um ato de campanha em Minas Gerais.
A equipe médica deverá analisar se o quadro de transtorno mental de Adélio persiste e qual o grau de periculosidade atual. O laudo servirá de base para eventuais decisões judiciais, podendo manter a medida de segurança já aplicada ou indicar uma possível mudança de regime — como a transferência para um hospital de custódia ou até mesmo a liberação, caso seja atestado que ele não oferece mais risco.
Embora a possibilidade de liberdade esteja prevista em lei, fontes consultadas pelo Metrópoles indicam que esse cenário é considerado improvável. A decisão final cabe ao Judiciário, que costuma se pautar por princípios de segurança pública em casos dessa natureza. Além disso, relatórios médicos internos apontam um possível agravamento no estado de saúde mental de Adélio, que tem apresentado sinais de isolamento e recusado tratamento medicamentoso.
Entre os episódios recentes que chamaram atenção, está a recusa dele em tomar os remédios prescritos para transtorno delirante persistente. Há também registros de que ele deixou de fazer atividades básicas, como o banho de sol. Seu prontuário médico permanece sob sigilo.
Adélio foi declarado inimputável pela Justiça, o que significa que, devido ao diagnóstico de transtorno mental, não responde a uma pena comum, mas cumpre uma medida de segurança por tempo indeterminado. A legislação prevê que essa medida seja reavaliada periodicamente, com base em laudos técnicos.
A permanência no sistema prisional está autorizada, judicialmente, até o ano de 2038, quando Adélio completará 60 anos. A partir dessa idade, há previsão legal de revisão obrigatória da medida. Atualmente, ele permanece em cela individual e, segundo apuração do Metrópoles, não tem contato com familiares, não recebe visitas e não interage com outros internos.