há 3 horas
Publicado por Camila Souza
presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu nesta quarta-feira (8/10) uma carta-compromisso elaborada por estudantes de 11 a 14 anos que participam da VI Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente (VI CNIJMA) em Luziânia (GO). A entrega simbólica ocorreu na presença dos ministros do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva; da Educação, Camilo Santana; e da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo. O documento expressa as ações que deverão ser adotadas por crianças e jovens para apoiar a implementação de um país mais justo, solidário e sustentável.
O comprometimento foi reforçado pela carta musical “Raiz que floresce”, também apresentada pelos participantes. As duas iniciativas têm como inspiração a história guarani da “Terra sem males” e serão concluídas na próxima sexta-feira (10/10), quando se encerra a conferência, que reúne cerca de 800 participantes entre estudantes, acompanhantes e educadores de todas as regiões do país.
“Vou chegar na ONU com essa carta de vocês”, declarou o presidente. Ele afirmou que compartilhará o documento com os chefes de estados participantes da Cúpula de Líderes da COP30, que ocorrerá em Belém (PA) nos dias 6 e 7 de novembro, dias antes do início da conferência.
Para Lula, a carta expressa o grau de maturidade política e climática dos jovens brasileiros, um “gesto para envergonhar gente grande”. A distribuição, enfatizou, é necessária para reiterar que a construção de um planeta sustentável também passa pela voz e ação das novas gerações. “O que vocês fizeram é um gesto (...) para que todos os presidentes do mundo vejam que a solução do planeta está nas oportunidades que a gente garantir de participação dos nossos filhos, dos nossos netos e da nossa juventude”, pontuou.
A realização da conferência ocorre depois de sete anos de interrupção. A jornada deste ano mobilizou mais de 2,2 milhões de pessoas de todo o país durante as etapas escolares, municipais e estaduais.
O resgate da participação social foi ressaltado por Marina Silva, que destacou o comprometimento de todos com a formação de pessoas “sustentabilistas”.“O futuro nada mais é do que um pretexto para gente fazer as coisas no presente. Se em 2003 não tivéssemos feito a conferência, não teríamos esse futuro”, frisou a ministra. “Queremos que este presente possa nos trazer um país democrático, justo, que respeita a diversidade social, cultural, religiosa, de orientação sexual”, completou.
Iniciada na última segunda-feira (6/10), a conferência é realizada pelos ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), da Educação (MEC) e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). A edição deste ano é conduzida pela temática “Vamos transformar o Brasil com educação e justiça climática”.
O alinhamento da educação com a agenda ambiental foi reforçado por Camilo Santana, que defendeu uma articulação ampla com alunos, professores, pais e comunidade para que o debate sobre mudança do clima ocorra de forma “permanente e em todos os níveis escolares”. Ao reforçar a importância de ouvir as ações apresentadas pelos participantes, o ministro reafirmou o evento como um espaço indispensável para a construção de um futuro sustentável. “Vocês fazem parte desse processo transformador de cuidar da nossa terra, do planeta e do meio ambiente”, frisou.
A convergência entre as duas pautas também foi enfatizada por Márcio Macêdo com uma ação essencial para formar cidadãos com capacidade para agir no presente e no amanhã. “Preparar uma geração para que nós não tenhamos mais os problemas ambientais que temos nos dias atuais. Isso é fundamental”, pontuou.
A cerimônia teve ainda a presença do representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil, Joaquim Gonzalez-Aleman.
“Assumimos que não existem problemas ambientais, mas sim apenas sintomas ambientais dos problemas causados pelos seres humanos. Nós não somos o futuro do Brasil, nós somos o presente e a transformação há de ser agora. O futuro é agora”, anunciou o estudante Diogo Henrique Antunes, ao ler a carta-compromisso da VI CNIJMA junto à participante Ana Evangelista da Silva.
No texto, os educandos reforçam o compromisso com a luta e a resistência dos povos indígenas, quilombolas e agricultores familiares e a proteção das pessoas e de toda a vida do planeta com equidade, igualdade e inclusão. O documento ressalta ainda a necessidade de ampliação da capacidade de prevenção de riscos e de regeneração da vida na Terra com base no diálogo entre os saberes ancestrais e científicos.
Idealizada por Marina Silva no primeiro governo do presidente Lula, a CNIJMA foi iniciada em 2003, com edições até 2018. O processo já mobilizou mais de 20 milhões de pessoas desde o começo. A edição deste ano se soma aos esforços da COP30 para mobilizar um mutirão global pela ação climática, uma das estratégias centrais da conferência de Belém.
As informações são do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima