há 2 horas
Amanda Martins

A leoa Leona, que matou um jovem de 19 anos após ele invadir seu recinto no Parque Arruda Câmara (Bica), em João Pessoa (PB), voltou à jaula nesta quinta-feira (4). O retorno ocorreu quatro dias após o ataque registrado no último domingo, dia 30 de novembro.
Segundo o portal Metrópoles, o zoológico informou que a felina retomou o espaço de forma gradual. “Leona está, aos poucos, voltando ao seu recinto. Chegou devagar, observou cada detalhe e foi acolhida no espaço que é dela. Todo o processo segue acompanhado pela equipe com cuidado e tranquilidade”, diz a nota oficial.
A reentrada aconteceu após um período de monitoramento intensivo. Desde o ataque, Leona estava afastada da área de visitação e recebia acompanhamento de biólogos e veterinários. Segundo a bióloga Marília Maia, responsável pelo manejo da leoa, o estado de saúde do animal é considerado bom. “Ela está muito bem. Ao longo desses dias, vimos uma evolução muito positiva: ela tem apresentado comportamentos naturais, como sempre teve. Ela tem pedido interação humana, e isso é muito legal. Mesmo com a presença de outras pessoas, não houve reação que pudéssemos considerar negativa”, afirmou. A profissional destacou que a reintrodução será acompanhada cuidadosamente.
O caso ocorreu na manhã de domingo, quando Gerson de Melo Machado, conhecido como “Vaqueirinho”, escalou uma parede de mais de 6 metros, ultrapassou telas de proteção e utilizou uma árvore para entrar no recinto da leoa. O parque estava aberto ao público, e o ataque foi filmado por visitantes. Segundo o Instituto de Polícia Científica da Paraíba (IPC), o jovem morreu em decorrência de choque hemorrágico causado por ferimentos perfurantes e contundentes no pescoço. A prefeitura informou que Gerson tinha transtornos mentais e lamentou o episódio.
Logo após o incidente, Leona apresentou alto nível de estresse, mas foi contida sem o uso de tranquilizantes. A administração do parque reiterou que não existe possibilidade de sacrifício do animal, enfatizando que a reação foi instintiva diante da invasão de seu território.
Nascida em 2006 na própria Bica, filha de Darah e Sadam, Leona sempre viveu no zoológico. Ela já teve companhia de outro leão, que morreu meses depois, e desde então permanece isolada no recinto. Há três anos, outra leoa chegou a ser transferida para João Pessoa, mas não houve adaptação entre os animais.
Após o ataque, as atividades do parque foram suspensas e seguem interrompidas. A Prefeitura de João Pessoa instaurou investigação para apurar possíveis falhas de segurança e revisar os protocolos do local. O Conselho Regional de Medicina Veterinária da Paraíba (CRMV-PB) também pediu esclarecimentos e anunciou a criação de uma comissão técnica para avaliar a estrutura e as condições de manejo no zoológico.