há 3 horas
Publicado por Amanda Martins

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lançou oficialmente, nesta quinta-feira (6), o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) durante a Cúpula do Clima. O novo mecanismo tem como objetivo recompensar financeiramente países em desenvolvimento que preservam florestas tropicais, biomas essenciais para conter as mudanças climáticas.
“Pela primeira vez na história, os países do Sul global terão um protagonismo em uma agenda de florestas”, afirmou Lula ao anunciar o fundo. O presidente destacou que as florestas “retêm carbono, garantem fluxos hídricos e protegem a biodiversidade”, alertando que a destruição desses biomas pode gerar impactos irreversíveis “nos quatro cantos do mundo”.
Segundo informações do portal Metrópoles, o modelo proposto pelo governo brasileiro prevê pagamento de US$ 4 por hectare preservado, reforçando a ideia de que “as florestas valem mais em pé do que derrubadas”. Lula defendeu que os serviços ecossistêmicos prestados pelas florestas e por seus protetores “precisam ser remunerados” e integrem o PIB dos países.
O TFFF tem mais de 70 países elegíveis para receber recursos. O maior desafio, contudo, é convencer nações desenvolvidas a investir no mecanismo, que será administrado pelo Banco Mundial. O fundo funcionará como uma reserva de investimento: os países aportam recursos que podem ser resgatados, enquanto o financiamento para a conservação virá do lucro gerado.
A projeção inicial é de US$ 25 bilhões em aportes de países investidores e US$ 75 bilhões do setor privado. O objetivo é viabilizar aproximadamente US$ 4 bilhões anuais para ações de preservação ambiental.
Na tentativa de ampliar os compromissos financeiros, Lula promoveu um almoço com líderes internacionais que demonstraram interesse em apoiar o mecanismo. Até o início da Cúpula, apenas Brasil e Indonésia haviam anunciado aportes, somando US$ 2 bilhões. A meta do governo é alcançar US$ 10 bilhões até o fim da COP30, no próximo dia 21.
Nesta quinta, Portugal se tornou o primeiro país europeu a anunciar participação, com investimento de US$ 1,3 milhão. Já a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, preferiu não comentar possíveis aportes.