Devido a pandemia do novo Coronavírus que assola o mundo, nas redes sociais muitas pessoas vêm discutindo um possível adiamento das eleições municipais. O portal D’Ponta News perguntou aos vereadores e ao prefeito de Ponta Grossa se as eleições de outubro de 2020 deveriam ser adiadas..
A pergunta formulada foi a seguinte:
“Queremos saber: O senhor (a) é a favor ou contra o adiamento das eleições municipais de outubro deste ano por conta da pandemia causada pelo Novo Coronavírus (COVID-19)?”
OPINIÃO POPULAR
O internauta do D’Ponta News também foi consultado através de enquete em nossa página do Facebook. Ao todo, 79% dos participantes se mostraram favoráveis ao adiamento das eleições e 21% foram contrários.
O QUE DIZ O TSE
A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, disse na segunda-feira (23), em entrevista à Agência Brasil, que a discussão sobre o adiamento das eleições municipais de outubro é “precoce”. Em nota, a ministra se manifestou pela primeira vez após parlamentares defenderem o adiamento.
“Quanto ao adiamento das eleições municipais 2020, entendo cuidar-se de debate precoce, não sendo demais repisar que tem como objeto matéria prevista expressamente no texto constitucional e na legislação infraconstitucional”, afirmou.
OPINIÃO DOS VEREADORES DE PONTA GROSSA
Procurados pela reportagem do D’Ponta News, a maioria dos vereadores opinou sobre o tema. Dos 23 legisladores municipais, somente 16 deles responderam à nossa reportagem. Um vereador optou apenas por reencaminhar a opinião emitida pelo presidente da Câmara, vereador Daniel Milla (sem partido). A maioria se mostrou favorável ao adiamento.
Favoráveis (8): Mingo Menezes (DEM), Felipe Passos (PSDB), Florenal (Podemos), Dr. Magno (PDT), Valtão (Progressistas), Sebastião Mainardes (DEM), Pietro Arnaud (REDE) e Celso Cieslak (PRTB).
Contrários ao adiamento (2): Rogério Mioduski (Cidadania) e Rudolf Polaco (Cidadania).
Outros seis vereadores tem outro tipo de opinião, é o caso de Vinícius Camargo (sem partido), Geraldo Stocco (REDE), George Oliveira (PMN), Daniel Milla (presidente da Câmara/sem partido), Divo (PSC) e Ricardo Zampieri (PSL).
O QUE DIZEM OS VEREADORES
As respostas foram reproduzidas na íntegra.
Rogério Mioduski (Cidadania) – “Entendo que não é hora de pensar em eleição, mas penso também que não deve mudar. Deve-se manter a data de outubro próximo”.
Vinícius Camargo (sem partido) – “Tudo depende de como o Covid-19 vai impactar o nosso país. Se as medidas que estão sendo tomadas não forem eficazes e a pandemia se alastrar, eu sou a favor de todos os recursos da união se voltarem a estruturação de leitos com respiradores. Uma eleição custa além do fundo partidário, tem o custo operacional, eu acredito que o custo total das eleições passe dos R$5 bilhões, esse valor pode salvar milhares de vidas, então como disse o ministro da saúde, estou mais preocupado com as futuras gerações.
Na pior das hipóteses faz-se um mandato tampão e unificada as eleições, resolve um grande problema do país, eleições todas unificadas acabam com as campanhas especulativas e com abandonos de mandato. Quem sai ganhando é o povo que vai ter o representante eleito por ele pra cobrar e não o suplente que as vezes é de outra região e nem sequer sabe das necessidades e muito menos atende a região do político que foi eleito”.
Daniel Milla (sem partido) – “Este não é o momento de pensar em eleições, precisamos pensar na população em relação à pandemia e à crise financeira que irão enfrentar”.
Divo (PSC) – “Este não é o momento de pensar em eleições, precisamos pensar na população em relação à pandemia e à crise financeira que irão enfrentar”.
O vereador Divo encaminhou a mesma mensagem do vereador Daniel Milla, presidente da Câmara Municipal.
Mingo Menezes (DEM) – “Sou sim a favor do adiamento”.
Geraldo Stocco (REDE) – “Não é hora para pensarmos em eleição. Estamos no momento mais difícil que nosso país e provavelmente o mundo já passou. Não é o momento ideal para essa conversa”.
George Oliveira (PMN) – “O ideal é ter eleições, mesmo que adiadas. A cidade não resiste a mais dois anos de Rangel”.
Felipe Passos (PSDB) – “Adiamento se for necessário. A população não pode se preocupar com eleições no atual momento que estamos vivendo. Precisa daqueles que elegeram fazendo e pensando pelo melhor do povo que vive em calamidade e precariedade na saúde e em outras áreas”.
Rudolf Polaco (Cidadania) – “Espero que não seja adiada, rezo para que tudo volte ao normal o quanto antes”.
Florenal (Podemos) – “O momento é de pensar só na saúde do povo, e sim, deveria ser adiado e pegar o dinheiro que seria usado, dinheiro de fundo partidário e destinar tudo para a área da saúde. E se pudesse ouvir a opinião do povo, você ia ver o que nós íamos ouvir, então acho que deve adiar mesmo para pôr todo o dinheiro na saúde”.
Dr. Magno Zanellato (PDT) – “Eu sou a favor do adiamento”.
Valtão (Progressistas) – “Sim, sou favorável ao adiamento”.
Sebastião Mainardes (DEM) – “Sim, sou a favor do adiamento. Imagine, o pessoal de campanha e mesmo o candidato tendo contato na rua o dia todo. Quer maior vetor do que isto? Por isso sou a favor de postergar as eleições”.
Pietro Arnaud (REDE) – “Sou favorável, acho que está ‘sem clima’ para eleições, além disso, eleições são muito caras para o Estado”.
Celso Cieslak (PRTB) – Com certeza sou favorável. Acredito que o Brasil está em uma pandemia, falar em eleições é segundo plano. Acredito que vão unificar tudo para 2022. Inclusive terá uma economia gigante de gastos públicos. Também sou favorável que o fundo eleitoral, o dinheiro do ‘centrão’, seja revertido para ajudar a conter este vírus mortal”.
Ricardo Zampieri (PSL) – “Sinceramente, não tenho uma posição formada. Acredito que políticos são suspeitos em opinar a respeito, pois cada um terá seu interesse, sendo contra ou a favor. Na minha visão, quem deve realmente ser ouvida, é a população, estes que tem que decidir se teremos ou não eleições, até porque, eles é quem terão o direito suprimido da escolha ou substituição do seu representante no parlamento ou no executivo. Vejo como mais do que necessário a utilização do “fundão” ao combate a epidemia, e isso seria através do adiamento, que com isso, traria a unificação das eleições, que é algo que defendo politicamente, menos dinheiro público, menos tempo de país parado e menos candidato pulando de galho em galho. Mas a supressão deste momento democrático tem que ser muito bem avaliado”.
O prefeito Marcelo Rangel (PSDB) e os vereadores, Sargento Guiarone (PROS), Professora Rose (PSB), Pastor Ezequiel (Republicanos), Paulo Balansin (Podemos), Dr. Zeca (Cidadania), Eduardo Kalinoski (PSDB) e Jorge da Farmácia (PDT), não se manifestaram quando indagados sobre o tema.
Por: Matheus Fanchin/Imagem: Câmara Municipal de PG