há 3 dias
Carlos Solek
Parlamentares do Peru apresentaram pelo menos quatro novos pedidos de impeachment contra a presidente do país, Dina Boluarte, nesta quinta-feira (09). Os pedidos argumentam que há “permanente incapacidade moral” da presidente para continuar exercendo o cargo. Dina tem cerca de 3% de aprovação, contra 95% de reprovação, segundo as últimas pesquisas.
De acordo com a CNN Brasil, a sequência de pedidos de impeachment é protocolada em meio a uma onda de protestos contra a violência e a corrupção no país. O primeiro pedido, apresentado por 35 legisladores, cita o escândalo do “Rolexgate”. Na ocasião, a imprensa identificou que Boluarte usou relógios de luxo "de procedência desconhecida" em atos públicos. Segundo o texto, ela não soube explicar e mentiu sobre a origem dos objetos.
O segundo processo, assinado por 28 parlamentares, afirma que a insegurança no país chegou a níveis críticos sem precedentes na atual administração, "evidenciando uma falta de liderança, capacidade, coordenação e vontade política para enfrentar o crime organizado". O texto também pontua que a criminalidade gera consequências econômicas negativas, devido ao menor investimento privado, fuga de capitais e redução da produtividade empresarial.
O terceiro pedido, protocolado por 28 legisladores, acusa a presidente de inação diante do aumento do crime organizado e "omissão" na proteção de direitos fundamentais no país.
E o quarto, assinado por 27 parlamentares, alega "incapacidade para dirigir a luta contra a delinquência e o crime organizado”, além de "condutas sistemáticas imorais vinculadas a atentados contra a vida e a segurança da população, corrupção de funcionários e desequilíbrio patrimonial".
Boluarte, que chegou ao poder em dezembro de 2022, já foi alvo de outros pedidos de impeachment, que não avançaram. Ela era vice de Pedro Castillo, que foi deposto após tentar dissolver o Congresso.
Os parlamentares dizem ter, hoje, a quantidade necessária de votos para o impeachment da presidente peruana, que tem baixíssima popularidade. Segundo a última pesquisa do instituto Ipsos, o índice de aprovação foi de 3% em setembro, depois de atingir o mínimo histórico de 2% em maio.