há 3 horas
Amanda Martins
O representante comercial dos Estados Unidos, Jamieson Greer, declarou nesta quarta-feira (15) que 40% das tarifas aplicadas a produtos brasileiros têm relação com “preocupações extremas com o Estado de Direito, a censura e os direitos humanos” no Brasil.
Segundo informações do Portal Metrópoles, as tarifas, de 50% sobre itens importados do país, começaram a valer em agosto de 2025. Segundo Greer, 10% correspondem a uma taxa recíproca comum “utilizada para controlar o déficit comercial global”.
Ao detalhar os 40% restantes, Greer afirmou, sem citar nomes, que “um juiz brasileiro tomou para si responsabilidades de ordenar que empresas dos EUA se autocensurem, dando-lhe ordens secretas para gerenciar o fluxo de informações”, acrescentando que há preocupação com “a situação do Estado de Direito em relação a oponentes políticos no Brasil”.
A declaração foi feita durante uma coletiva de imprensa sobre as relações comerciais dos EUA com a China, que também contou com a presença do secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent. Durante o evento, Bessent interrompeu a fala de Greer para acrescentar que houve “detenção ilegal de cidadãos americanos que estavam no Brasil”.
As manifestações ocorrem um dia antes da reunião entre Brasil e Estados Unidos para discutir o tarifaço. O encontro entre o chanceler Mauro Vieira e o secretário de Estado americano, Marco Rubio, está marcado para esta quinta-feira (16), conforme confirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O aumento das tarifas foi anunciado pelo presidente Donald Trump, que mencionou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao justificar a medida, acusando autoridades brasileiras de perseguirem o ex-mandatário.
Atualmente nos EUA, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, tem articulado ações contra decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por coação no curso do processo, relacionado à condenação do pai por tentativa de golpe de Estado.