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AEN

O ciclo das concessões rodoviárias do Paraná, que eram criticadas pelo alto valor do pedágio e pela falta de obras, foi encerrado oficialmente nesta quinta-feira (30), com a conclusão do leilão do Lote 5 na Bolsa de Valores (B3). O governador Carlos Massa Ratinho Junior classificou o encerramento do processo como o fim de uma "chaga" e uma "missão cumprida", após um longo período de trabalho para tirar o pacote de seis lotes do papel. Os seis lotes somam 3,3 mil quilômetros de rodovias estaduais e federais e preveem mais de R$ 60 bilhões em investimentos ao longo de 30 anos de contrato.
O governador enfatizou que a conclusão do processo traz uma "diferença gigantesca de ganho, de escala de segurança para as rodovias e também no bolso dos paranaenses". O novo pacote rodoviário é considerado importante não só para a logística do Paraná, mas também do Brasil, interligando o Sul ao Sudeste, Centro-Oeste e a países do Mercosul.
Ao longo dos 24 anos das antigas concessões, o investimento total não atingiu R$ 7 bilhões. Com o novo programa, o montante deve ser aportado anualmente pelas novas concessionárias. O pacote atual prevê 1,8 mil quilômetros de duplicações, contornos rodoviários e uma série de melhorias em rodovias que cortam todas as regiões do Paraná. Ratinho Junior lembrou que o estado "passou 24 anos sofrendo com o pedágio mais caro do Brasil, sem obras e com muitos escândalos de corrupção e demagogia política". O projeto foi elaborado em parceria com o governo federal com base em três pilares: transparência (com leilões na B3), obras e preço justo na tarifa.
O Lote 5 das Rodovias Integradas do Paraná, que finalizou o ciclo, abrange 433 quilômetros de estradas nas regiões Oeste e Noroeste do Estado, conectando Maringá, Campo Mourão, Cascavel e Guaíra. O lote foi arrematado pela Reune Rodovias Holding II S/A, do Grupo Pátria, que já opera o Lote 1. Ele deve receber R$ 6,7 bilhões em obras e melhorias, além de R$ 5,2 bilhões em despesas operacionais no período de 30 anos de concessão.
Entre as obras previstas para o Lote 5 estão a duplicação de 61 km da BR-369 entre Campo Mourão e Mamborê, a duplicação completa da BR-369 entre Cascavel e Mamborê, e a duplicação da BR-163 entre Marechal Cândido Rondon e Guaíra.
O governador destacou que a modelagem inovadora do Paraná, que integrou rodovias federais e estaduais para elevar a competitividade do certame, se tornou uma referência. O programa paranaense, que garante o maior investimento em rodovias na América Latina, visa criar grandes corredores logísticos e contornos rodoviários essenciais para o escoamento da produção, em especial até o Porto de Paranaguá.
Os contratos das seis concessões têm prazo de 30 anos. O Lote 1 é operado pelo Grupo Pátria, e o Lote 2 e 6, pelo Grupo EPR. O Lote 3 é gerido pelo Grupo Motiva (antiga CCR S.A.). O Lote 4 foi arrematado na semana anterior pelo Consórcio Infraestrutura PR, do Grupo EPR, que ofereceu um desconto de 21,30% sobre a tarifa básica de pedágio.