há 3 horas
Heryvelton Martins

EXCLUSIVO - O Paraná planeja construir oito novas unidades prisionais para gerenciar o crescente número de pessoas privadas de liberdade no estado. A iniciativa visa suprir a alta demanda gerada pelo aumento da produtividade das forças de segurança estaduais, resultando em um número recorde de prisões.
A informação foi confirmada pelo coronel Hudson, Secretário de Estado da Segurança Pública, em entrevista ao D'Ponta News. O Secretário destacou que o estado busca, junto aos municípios, espaços para o acolhimento dessas pessoas, visando a ressocialização.
O crescimento da população carcerária é um reflexo direto da reestruturação e do investimento nas forças policiais do Paraná:
Polícia Civil e Científica: Com a Polícia Civil liberada de custódia de presos e a Científica mais bem remunerada, ambas as instituições estão mais motivadas e produtivas na produção de laudos e investigações.
Polícia Militar: A contratação de novo efetivo mais jovem da Polícia Militar (PM) resulta em mais flagrantes.
Aumento de Presos: O efetivo combinado desses fatores gerou um passivo para a Polícia Penal. O número de pessoas privadas de liberdade saltou de 29 mil para mais de 41 mil pelo menos nos últimos quatro anos.
Monitoramento: O uso de tornozeleiras eletrônicas também aumentou, passando de 8 mil para cerca de 20 mil pessoas monitoradas.
O Secretário reconheceu que a execução de obras no setor público é um processo lento devido a licitações e burocracia, mas reafirmou o compromisso do governo em construir as oito unidades para suprir a demanda.
Um dos principais desafios do sistema é a reincidência criminal. O Coronel Hudson salientou que não basta apenas encarcerar: “não adianta fechar um indivíduo numa caixa lá, ele sai pior do que entrou”. A política atual vai garantir que os presos tenham oportunidade de estudo e de trabalho, como parte fundamental do processo de ressocialização.
O Secretário Hudson também manifestou preocupação com as liberações de presos. Segundo ele, 61% das pessoas presas no Paraná são colocadas em liberdade em audiências de custódia.
"Falam que a polícia não prende, falam que a não a polícia faz o trabalho dela. Mas em razão duma legislação ultrapassada [...] essa conta não é só nossa."
Ele enfatizou ser um erro colocar pessoas com tornozeleira eletrônica, que continuam cometendo crimes, em vez de garantir que cumpram a pena em unidades prisionais, um problema que as novas construções buscam solucionar.
Para acompanhar o aumento da população carcerária, o governador anunciou a nomeação de 429 novos policiais penais no dia 11, suprindo um déficit de concursos que não ocorriam desde 2014.