há 5 horas
Heryvelton Martins
O Supremo Tribunal Federal (STF) segue nesta terça-feira (21) o julgamento do chamado núcleo da desinformação, grupo acusado de articular campanhas de ataques digitais e disseminação de fake news contra o sistema eleitoral e instituições democráticas. Até o momento, o placar está 2 a 0 pela condenação dos sete réus, após os votos dos ministros Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin, que integram a Primeira Turma do Supremo.
O ministro Zanin acompanhou integralmente o voto do relator, Alexandre de Moraes, defendendo a condenação de seis réus pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Apenas Carlos César Moretzsohn Rocha, presidente do Instituto Voto Legal, teve a pena reduzida, sendo condenado apenas por dois crimes — organização criminosa e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
Segundo a CNN Brasil, em seu voto, Moraes classificou o grupo como uma “milícia digital covarde”, organizada para espalhar desinformação e criar um ambiente de desconfiança em relação ao sistema eleitoral, com o objetivo de preparar terreno para um golpe de Estado. Segundo o ministro, as provas indicam atuação articulada entre militares e agentes públicos na difusão de mensagens falsas e no incentivo a atos antidemocráticos, culminando nos eventos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília.
Os sete réus são acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de integrar uma organização criminosa voltada à disseminação de conteúdos falsos, com o intuito de desestabilizar instituições e autoridades públicas. São eles: Ailton Moraes Barros, Ângelo Denicoli, Giancarlo Rodrigues, Guilherme Almeida, Reginaldo Abreu, Marcelo Bormevet e Carlos César Moretzsohn Rocha.
A sessão será retomada às 14h desta terça-feira, com o voto de Luiz Fux, que, segundo expectativas nos bastidores do Supremo, poderá divergir dos primeiros votos e propor a absolvição dos réus por falta de provas diretas de participação no planejamento golpista.