há 19 minutos
Publicado por Matheus Gaston

A Polícia Penal do Paraná (PPPR), por meio do Complexo Social de Ponta Grossa, realizou o lançamento do livro “(Entre)linhas e grades: a cartografia como instrumento de efetivação de cidadania na trajetória da vida de pessoas privadas de liberdade no âmbito da execução penal em Ponta Grossa”. A publicação é resultado de uma ampla articulação entre a PPPR, o Projeto de Extensão do Núcleo de Atendimento às Pessoas em Monitoração Eletrônica (Nupem), a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e o Conselho da Comunidade de Ponta Grossa.
O evento marcou o encerramento de um trabalho coletivo desenvolvido com base na abordagem cartográfica, cujo objetivo foi registrar e socializar experiências vividas ao longo das atividades do projeto. Durante a cerimônia, os exemplares foram entregues oficialmente às autoridades presentes e às instituições parceiras, simbolizando o compromisso conjunto com a qualificação dos programas de reinserção social no sistema penitenciário do Estado.
A articulação entre a Polícia Penal, a universidade e a comunidade local reforça a credibilidade e a sustentabilidade das iniciativas realizadas no Paraná. Para o diretor-adjunto da PPPR, Maurício Ferracini, ações dessa natureza contribuem diretamente para o processo de responsabilização e reflexão de pessoas privadas de liberdade. “São projetos que permitem ao custodiado refletir sobre sua trajetória, compreender os caminhos que o conduziram ao sistema prisional e pensar no retorno à sociedade. Além do desenvolvimento intelectual e do senso de responsabilidade, promovem também uma reflexão emocional, essencial para a retomada de uma vida em liberdade”, afirmou.
Ao todo, 34 participantes contribuíram para a construção da obra, incluindo 16 pessoas privadas de liberdade, de forma anônima. São custodiados do regime fechado e em monitoração eletrônica. A diversidade de vivências fortalece o caráter formativo e sensível do material.
Segundo Ferracini, “o livro demonstra a eficácia de programas que estimulam a reflexão e o planejamento do futuro. Além de deixar um legado metodológico, torna-se uma ferramenta que pode ser replicada em outras unidades e auxilia na gestão interna ao promover mudança de perspectiva e redução de tensões”, explicou.
A coordenadora do curso de Serviço Social da UEPG e uma das organizadoras da obra, Silmara Carneiro e Silva, destacou o caráter educativo do projeto. “O (Entre)linhas e Grades buscou qualificar o atendimento às pessoas em cumprimento de pena nos regimes fechado, semiaberto e na monitoração eletrônica. As atividades possibilitaram debates sobre prisões e suas consequências, educação, trabalho, profissionalização, relações familiares e comunitárias. A partir delas, construímos coletivamente os textos que compõem o livro”, explicou.
Silmara ressaltou ainda o impacto formativo para todos os envolvidos: “A iniciativa proporcionou aprendizado às equipes docentes e aos estudantes que acompanharam e desenvolveram as atividades. Com o livro, esperamos que as histórias de vida e perspectivas apresentadas alcancem a sociedade e dialoguem com diferentes leitores”, finalizou.
Com informações da Assessoria de imprensa