há 2 horas
Amanda Martins

O envelhecimento humano não ocorre de forma constante ao longo da vida. Uma pesquisa divulgada pela Cornell University, nos Estados Unidos, em dezembro de 2024, revelou que existe um ponto crítico, por volta dos 75 anos, em que a saúde se torna significativamente mais frágil e a capacidade do organismo de reparar danos diminui de maneira acentuada.
O estudo analisou dados de duas grandes pesquisas longitudinais: o Health and Retirement Study (HRS), dos EUA, e o English Longitudinal Study of Ageing (ELSA), do Reino Unido. Em vez de avaliar tecidos ou proteínas, os pesquisadores utilizaram o índice de fragilidade (IF), que reúne dezenas de marcadores clínicos e funcionais para medir a robustez do corpo ao longo do tempo.
Segundo o portal Metrópoles, o envelhecimento envolve sempre algum grau de dano fisiológico. Até certo ponto, o organismo compensa essas perdas e recupera funções. No entanto, por volta dos 75 anos, essa capacidade de reparação cai drasticamente, e a fragilidade aumenta de forma acelerada. O corpo já não consegue acompanhar o ritmo do desgaste natural, e pequenas perdas passam a se somar, resultando em maior incidência de doenças crônicas, limitações físicas e vulnerabilidade a quedas e infecções.
Embora o ponto de inflexão ocorra, em média, nessa faixa etária, o estudo reforça que o processo não é igual para todos. Alimentação equilibrada, prática regular de exercícios, abandono do tabagismo e controle de pressão arterial, glicemia e colesterol podem retardar o declínio e preservar a autonomia por mais tempo.
Os pesquisadores ressaltam que compreender a dinâmica entre danos acumulados e capacidade de reparo pode ajudar profissionais e sistemas de saúde a desenvolver estratégias de prevenção e cuidado mais eficientes para a população idosa. Envelhecer, destacam, não depende apenas da idade cronológica, mas da forma como o organismo responde às mudanças ao longo da vida.