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Amanda Martins

Um estudo apresentado nesta segunda-feira (24) na reunião anual da Sociedade de Radiologistas da América do Norte (RSNA), em Chicago, apontou uma relação inédita entre o formato do glúteo e o controle de glicose no organismo. A pesquisa, conduzida por radiologistas inglesas, indica que alterações na musculatura do glúteo máximo podem sinalizar diabetes tipo 2, e que esses padrões são diferentes em homens e mulheres.
Segundo informações do portal Metrópoles, a equipe analisou 61 mil exames de ressonância magnética do banco de dados UK Biobank, criando modelos 3D detalhados da musculatura. Diferentemente de estudos anteriores, o foco não foi o tamanho do bumbum, mas o formato do músculo. O resultado mostrou que quanto maior a massa muscular na região, menor a probabilidade de desenvolver diabetes.
Segundo a médica Marjola Thanaj, coautora do estudo, pessoas mais ativas fisicamente apresentaram um glúteo máximo mais definido. Já envelhecimento, sedentarismo e fragilidade estiveram associados à perda de massa muscular. “O mapeamento 3D nos permitiu ver exatamente onde o músculo muda, fornecendo uma imagem muito mais detalhada”, afirmou.
A pesquisa apontou ainda que homens e mulheres manifestam alterações opostas quando a glicose está desregulada. Entre os homens com diabetes tipo 2, foi identificada atrofia focal no glúteo máximo. Em mulheres, o músculo apareceu expandido, possivelmente devido à infiltração de gordura. A diferença sugere respostas biológicas distintas à mesma condição.
Os pesquisadores também encontraram relação entre estilo de vida e o formato muscular. Mais atividade física e baixo consumo de álcool foram associados à expansão do glúteo máximo; já idade avançada, osteoporose e longos períodos sentados estiveram ligados à retração. O estudo reforça que o corpo reage de forma visível, até na musculatura do bumbum, a fatores metabólicos e comportamentais.