há 2 horas
Redação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escolheu o atual chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Rodrigo Araújo Messias, para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). A confirmação foi obtida pelo Metrópoles, na coluna de Igor Gadelha.
Messias, que ingressou na AGU em 2007 como procurador da Fazenda Nacional, tem longa trajetória no governo federal. Durante a gestão Dilma Rousseff (PT), foi o número 2 da Casa Civil para assuntos jurídicos e ficou nacionalmente conhecido após aparecer em um áudio vazado pelo então juiz Sergio Moro. Na gravação, seu nome foi ouvido como “Bessias”, apelido adotado pela oposição desde então.
Perfil técnico e aceno político
A indicação é interpretada como um gesto do governo petista ao público evangélico. Messias é presbiteriano atuante na Igreja Batista e considerado um nome de confiança de Lula. Ainda assim, enfrenta resistência de parte da bancada evangélica no Senado, responsável pela sabatina que antecede sua eventual nomeação.
Natural do Recife, o pernambucano de 45 anos é graduado em direito pela universidade federal do estado e possui mestrado e doutorado em Desenvolvimento, Sociedade e Cooperação pela Universidade de Brasília (UnB).
Bastidores da escolha
A definição do nome de Messias circulava há semanas entre interlocutores do governo. A demora na oficialização teria ocorrido para evitar desgaste com os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da CCJ, Davi Alcolumbre (União-AP), ambos considerados aliados estratégicos do Planalto.
Outro fator de cautela foi a votação apertada que reconduziu o procurador-geral da República, Paulo Gonet, aprovado com apenas quatro votos acima do mínimo necessário — o placar mais estreito desde a redemocratização. O resultado acendeu um alerta sobre possíveis dificuldades na sabatina de Messias.
Próximos passos
Com o anúncio, o indicado passará pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado e, posteriormente, pelo plenário da Casa. A expectativa é de uma disputa tensa, em meio a pressões políticas e resistência de parte do Legislativo.