Autoridades espanholas elevaram para o nível amarelo o alerta de erupção do vulcão Cumbre Vieja, localizado na ilha de La Palma, na costa do continente africano. Segundo pesquisadores, o vulcão poderia provocar um tsunami que atingiria todas as Américas, com maior impacto sobre os litorais das regiões Norte e Nordeste do Brasil.
A informação da elevação de nível do vulcão foi dada pelo portal MetSul Meteorologia e confirmada pelo UOL.
O vulcão está adormecido há décadas e começou a dar sinais de atividade moderada nos últimos dias. “Ele não estava dando sinais de erupção, mas agora ele chegou a um segundo nível. São quatro níveis de alerta. Ele pode vir a ter uma erupção, mas não significa que essa erupção vai gerar um tsunami, mas é uma possibilidade, mesmo que mínima”, explica o pesquisador do Instituto de Ciências do Mar da UFC (Universidade Federal do Ceará), Carlos Teixeira.
A hipótese de que um tsunami poderia ser causado pela erupção do Cumbre Vieja já foi confirmada em várias pesquisas sobre o tema. “Existem diversos estudos já publicados sobre essa possibilidade de tsunami. É uma hipótese real, e ela aconteceria caso houvesse uma erupção explosiva”, conta Carlos Teixeira.
Segundo análise feita em estudo produzido no Departamento de Geologia da UFPR (Universidade Federal do Paraná) a Ilha de La Palma fica a 4.462 km de São Luís.
“Estima-se que a próxima erupção poderá desestabilizar a encosta da ilha devido a fatores como declividade do vulcão, volume de material mobilizado, fatores climáticos e principalmente, a uma zona de fraqueza existente que facilitará a ocorrência do movimento de massa”, afirma pesquisa feita na UFPR do geólogo Mauro Gustavo Resse Filho, que pesquisou o tema e publicou TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) em 2017.
Este movimento por sua vez, poderá ser capaz de gerar um tsunami que percorrerá distâncias transatlânticas e que atingirá o praticamente todos os países banhados pelo oceano Atlântico. A partir da modelagem de tal evento, obteve-se a informação que toda a costa brasileira será afetada.
Carlos Teixeira diz que não há motivo para preocupação no momento. “Se essa possibilidade de erupção ocorrer, não significa que vai ser explosiva; se for, não quer dizer que vai chegar aqui com ondas de oito, dez metros; pode chegar aqui bem menor”, explica.