Na tarde desta terça-feira (09), prefeitos, lideranças e empresários dos Campos Gerais estiveram em Brasília para uma reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin. O objetivo do encontro foi expor a situação da região diante do “Tarifaço” imposto pelos Estados Unidos. Cada representante pôde detalhar os impactos que seu município tem enfrentado nesse período.
Em entrevista excluisiva ao D’Ponta News, o prefeito de Jaguariaíva, Juca Sloboda, contou que o vice-presidente se mostrou atento às falas dos gestores municipais. Segundo ele, o Governo Federal tem trabalhado para destinar recursos aos Campos Gerais, a fim de oferecer um alívio durante esse momento de recessão econômica. De modo geral, as áreas mais afetadas pela falta de recursos têm sido saúde, educação e assistência social.
O prefeito destacou ainda que a reunião trouxe um tom de esperança para a situação enfrentada nos Campos Gerais. “Ficamos quase duas horas conversando sobre os impactos do Tarifaço para a região e para os empresários do ramo madeireiro”, afirmou Juca Sloboda. Ele acrescentou que a mobilização dos prefeitos também contou com representantes de outros estados da região Sul. Para o prefeito, o encontro foi proveitoso para todos os participantes.
Demissões afetam região
As demissões provocadas pelo “tarifaço” na região dos Campos Gerais têm sido intensas e preocupantes, afetando diretamente milhares de trabalhadores do setor industrial, especialmente o setor madeireiro. A tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros exportados ao país atingiu duramente empresas que têm os EUA como destino principal de suas exportações. Desde julho de 2025, quando a medida foi anunciada, as indústrias passaram a adotar medidas como demissões em massa, suspensão de contratos (layoff) e férias coletivas.
Um exemplo emblemático é a indústria BrasPine, que anunciou em setembro a demissão de cerca de 400 funcionários em Jaguariaíva e Telêmaco Borba, cidades dos Campos Gerais, e colocou cerca de 1.100 colaboradores em regime de layoff, mantendo vínculo e benefícios, mas reduzindo ou suspendendo temporariamente o trabalho. Outras empresas da região, como Sudati e Millpar, também realizaram demissões coletivas e interromperam ou reduziram suas operações.
No total, mais de 3.100 trabalhadores das indústrias paranaenses foram afetados diretamente com essas medidas, entre demissões, férias coletivas e layoff. O impacto é ainda mais grave nas pequenas cidades dependentes dessas indústrias, onde a perda de empregos reflete em queda na arrecadação municipal e enfraquecimento econômico local, gerando uma crise social e econômica relevante.
Por Gabriel Aparecido, sob supervisão de Heryvelton Martins