há 6 horas
Matheus Gaston

O aparecimento de escorpiões-amarelos (Tityus serrulatus) em Ponta Grossa preocupa autoridades sanitárias. Exemplares da espécie, que não é comum no município, foram encontrados na Vila Cipa. Em entrevista ao programa Manhã Total, da Rádio Lagoa Dourada (98.5 FM), Leandro Inglês, coordenador do Centro de Controle de Zoonoses, deu detalhes a respeito dos riscos oferecidos pelo aracnídeo e compartilhou medidas preventivas.
Em estações mais quentes, como a primavera e o verão, a aparição dos escorpiões é frequente. Em Ponta Grossa, os mais encontrados são o preto (Tityus bahiensis) e o manchado (Tityus costatus). Ambas espécies são peçonhentas, podem provocar acidentes graves, mas possuem um veneno menos potente em comparação com o escorpião-amarelo, que tem potencial para causar mortes.
Há 26 anos como servidor da Prefeitura de Ponta Grossa, Inglês compartilha que nunca havia encontrado um escorpião-amarelo no município. De acordo com o coordenador, a espécie de reproduz por partenogênese. Com isso, uma única fêmea pode gerar dezenas de filhotes sem precisar de macho, o que facilita a proliferação do aracnídeo.
Outra característica do escorpião-amarelo é a presença de serrilhas próximo ao ferrão, também conhecido como téslon, parte do corpo que armazena e injeta o veneno. O setor de zoonoses acompanha a aparição de quatro exemplares da espécie na região da Vila Cipa - um deles foi encontrado dentro de uma panela, em cima da pia da cozinha de uma residência.
“Estamos investigando a aparição para apurar a origem desse escorpião. Às vezes ele pode ter chegado aqui dentro de um tijolo ou em uma madeira utilizados em construções, por exemplo”, aponta Inglês.
Nesta semana, a Prefeitura de Ponta Grossa divulgou uma série de orientações sobre como prevenir acidentes com escorpiões. Em geral, o aracnídeo tem hábitos noturnos, gosta de locais úmidos e costuma ser visto em ambientes onde há acúmulo de lixo. Entre as medidas preventivas estão: evitar acúmulo de entulho, madeiras e tijolos, manter espaços limpos e organizados, além de sacudir roupas, calçados, lençois e toalhas antes do uso.
Entre elas estão: evitar o acúmulo de lixo, entulho, madeiras, telhas e tijolos — locais que servem de abrigo e alimento para o escorpião —; manter os espaços limpos e organizados, sacudindo roupas, calçados, lençóis e toalhas antes de usar. Outra dica é vedar frestas, ralos e buracos em paredes, portas e janelas.
Em caso de acidentes, Inglês orienta que, caso seja possível, o escorpião seja capturado ou uma foto do aracnídeo seja registrada. As duas ações auxiliam na identificação da espécie e na aplicação do soro antiescorpiônico.

Moradores podem esclarecer dúvidas com o Centro de Controle de Zoonoses pelo WhatsApp (42) 98402-7127 ou através do telefone (42) 3220-1000 (ramais 4094 e 4095).