Em entrevista exclusiva ao comunicador João Barbiero, concedida na manhã desta terça-feira (01), diretamente de Foz do Iguaçu, onde acontece o encontro encontro ministerial do Grupo de Trabalho de Transições Energéticas do G20, o diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Enio Verri, detalhou a importância da companhia no processo de aperfeiçoamento do uso de fontes alternativas e menos poluentes, bem como o papel do projeto Itaipu Mais Que Energia.
“Não há como manter o petróleo. Ele é altamente poluente e causa muitos transtornos à população, o que está destruindo o nosso planeta. É preciso pensar uma nova maneira de produzir energia para que o mundo possa continuar se desenvolvendo, e todo mundo está discutindo isso”, aponta Verri. Ao falar sobre a relevância da binacional, o diretor-geral brasileiro afirma que a empresa é “modelo”, visto que sua produção se enquadra como de baixo custo para o consumidor e limpa para o meio ambiente.
Alternativas
Verri aponta ainda que a Itaipu segue na vanguarda da sustentabilidade, especialmente devido aos recursos investidos em tecnologia e pesquisa. “A Itaipu tem um parque tecnológico muito grande, chamado Itaipu Parquetec, onde nós pesquisamos e temos avançado em resultados no hidrogênio verde e no SAF (querosene destinado para aviação)”, enumera.
No entanto, os recursos não fica presos apenas na binacional, graças ao programa Itaipu Mais Que Energia, que concede investimentos principalmente para iniciativas de preservação ambiental. “Tratar esses municípios com atenção, com projeto de governança, ouvindo as pessoas e as incluindo no debate, e investindo em políticas ambientais. São em torno de R$ 2 milhões para cada município. Todos os recursos foram investidos preparando a transição [energética]. A gente pode dizer que a Itaipu se antecipa às políticas ambientais do mundo”, define Verri.
Cooperação
Ao ser questionado sobre os possíveis resultados da reunião ministerial e “quem pagará a conta” da transição, o diretor afirma que será necessário a cooperação das nações mais abastadas. “A gente pode dizer que a crise climática é resultado da política econômica dos países ricos e quem paga são os países pobres. Nesse cenário, não adianta detectar o problema e constatar uma coisa que todo mundo sabe. Nós temos um problema, a transição energética se impõe. A pergunta é quem paga? Os países ricos terão necessariamente que contribuir. Os países mais pobres não têm como financiar a transição, inclusive alguns países mais pobres têm uma dependência do petróleo. Essa transição custa e muito às essas economias”