O programa ‘Ponto de Vista’, apresentado por João Barbiero, recebeu neste sábado (22) o diretor jurídico da Portos do Paraná, Marcus Vinicius Freitas dos Santos, para um bate-papo exclusivo. A conversa foi ao ar para todo o Paraná através da Rede T de rádios. Marcus Vinicius Freitas dos Santos é formado em Direito pelo Centro de Ensino Superior dos Campos Gerais, pós-graduado em Direito Administrativo pelo Instituto Romeu Felipe Bacelar e mestrando em Logística e Gestão Portuária pela Fundación ValênciaPort, na Espanha. Atuou como procurador-geral do município de Ponta Grossa, onde também foi Secretário Municipal de Governo e diretor de Cidadania na Secretaria de Segurança Pública. Está na Portos do Paraná desde 2019.
PROJETOS E EXPANSÃO
Questionado sobre os projetos de expansão do Porto, Marcus Freitas explica uma possível transferência para a iniciativa privada uma atividade realizada pelo próprio porto no momento. “Nós temos em andamento um projeto que é a concessão do nosso canal, Canal da Galheta, por onde chegam os navios. O serviço de dragagem e derrocagem é feito pela autoridade portuária, então nós, em conjunto com a União, estamos fazendo os estudos para fazer a concessão do nosso canal de dragagem. Não é criar um pedágio no mar, nada disso, como alguns falam. É transferir para a iniciativa privada a dragagem e derrocagem que hoje nós temos que fazer através de procedimento licitatório e que tem um alto custo para o Poder Público. Essas tarifas portuárias já são pagas pelos operadores portuários”, conta.
Freitas explica sobre o novo moegão, que deve aumentar em 63% a capacidade de recebimento de vagões de trem no Porto de Paranaguá. “Nós temos o nosso moegão, uma licitação que nós fizemos nos últimos meses, contrato assinado, ordem de serviço dada, é um projeto de R$ 600 milhões onde aumenta a expansão da capacidade de recebimento de vagões de trem no Porto de Paranaguá. Hoje nós temos a capacidade de receber 550 vagões por dia, passaremos a 900 vagões, aumentando 63% nossa capacidade, com uma moega central, interligando com os 11 terminais que exportam granel sólido pro mundo todo”, explica.
Por fim, o diretor jurídico fala sobre as obras de infraestrutura no local. “E também as obras de infraestrutura ao entorno do Porto, nas vias de acesso ao Porto, melhorando a condição do caminhoneiro que chega em Paranaguá, se desloca até o pátio de triagem, faz o seu cadastro, descarrega a sua carga e segue viagem para o seu destino final. Então, são esses projetos e também os contratos de arrendamento. Quando nós assumimos a ‘Portos do Paraná’, tinham vários contratos já com vigência encerrada em 2013, 2012, 2010, e nós iniciamos as licitações dessas áreas”, conclui.
RELAÇÃO COM OS CAMINHONEIROS
Sobre a relação com os caminhoneiros, Marcus Freitas destaca a importância da categoria, fundamental para o funcionamento das operações. “Sem o caminhoneiro o porto não funciona. Ele é o responsável por levar e trazer a carga para o porto. Nós temos um pátio de triagem dos caminhoneiros onde tem uma infraestrutura necessária com banheiros, alguns equipamentos, lanchonete, borracharia, onde chegando na cidade de Paranaguá ele é deslocado para esse pátio de triagem. Dali ele sai, descarrega seu produto. O caminhoneiro muitas vezes desce carregado e sobe carregado. Leva a soja para nós exportarmos e traz para o interior do Paraná o fertilizante que nós importamos. Consegue fazer o frete duplo, descida e subida com a carga”, explica.
Ele revela a importância da relação durante o período da pandemia de Covid-19. “Nós tivemos uma relação muito intensa com os caminhoneiros na época da pandemia, quando nós contratamos todos os serviços de saúde necessários para manter esses caminhoneiros protegidos. Quando as estradas, os restaurantes, foram fechados, nós fomos lá, compramos alimentos, cestas, entregávamos no pátio de triagem a todos esses caminhoneiros que são o setor mais importante pra nós funcionarmos”, conclui.
Questionado sobre as ‘sobras’, durante o processo de transferência de carga, Marcus explicou que há um projeto realizado com este alimento. “Antigamente se sobrava muito mais, tinha muito mais perda do que tinha hoje. Todo ano o porto faz um leilão e destina esse valor arrecadado para o Fundo de Miséria do estado do Paraná para compra de alimentos. Uma ação junto com a primeira-dama, Luciana Saito Massa, que coordena esse projeto”, finaliza.
Ouça a entrevista completa.