há 6 horas
Amanda Martins

O senador Sergio Moro enfrenta dificuldades dentro do União Brasil para viabilizar sua candidatura ao governo do Paraná em 2026. O diretório estadual do PP, partido que deve formar federação com a sigla de Moro, decidiu por unanimidade não homologar a candidatura do ex-juiz, com aval do presidente nacional Ciro Nogueira (PP-PI).
O presidente nacional do União Brasil, Antonio Rueda, classificou o veto como "arbitrário" e afirmou que irá insistir na candidatura, mantendo diálogo com o PP no âmbito da futura federação. Segundo informações do Uol, parlamentares paranaenses ouvidos apontam que Moro não possui boa relação com políticos do estado e é considerado ausente, o que compromete sua viabilidade. "É uma candidatura que a classe política rejeita", resumiu um deputado.
Ricardo Barros, líder do PP paranaense, reforçou que o impasse será decidido pela direção nacional da federação. Segundo ele, Moro tentou convencer membros do diretório estadual, sem sucesso. Barros ainda afirmou que o senador deve deixar o União e que, caso isso ocorra, o partido reunirá novamente a executiva estadual para avaliar possíveis candidaturas próprias.
Dentro do União Brasil, apenas dois dos seis deputados estaduais apoiaram publicamente Moro, e nenhum dos quatro federais endossou seu nome. Uma ala da sigla defende aliança com um candidato apoiado pelo governador Ratinho Jr (PSD), que tem alta aprovação e deve indicar seu sucessor. Parlamentares alertam que a candidatura de Moro pode gerar debandada de prefeitos e deputados do partido.
Entre os nomes cotados para a eleição estadual estão Alexandre Curi (PSD), Rafael Greca (PSD) e Guto Silva (PSD). O PP também tem interesse em compor chapa com o candidato de Ratinho, e Barros teria intenção de emplacar a esposa, Cida Borghetti, como vice. Moro, por sua vez, manteve postura firme nas redes sociais: "Nosso compromisso é com a boa gente do Paraná e não com interesses particulares. Nossos únicos adversários são o PT, o atraso e o crime organizado".