há 4 horas
Heryvelton Martins
Gleisi Hoffmann, ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, criticou publicamente a decisão do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados de arquivar o processo que pedia a cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Em suas declarações, Gleisi questionou: “Desde quando conspirar com um governo estrangeiro contra o Brasil virou prerrogativa de parlamentar? Desde quando trair a pátria deixou de ser crime?”. Para ela, as ações de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, buscando apoio e sanções junto ao governo do presidente Donald Trump para pressionar instituições brasileiras e o Supremo Tribunal Federal, configuram um grave atentado contra a democracia e a soberania nacional.
Ao comentar o resultado da votação no Conselho de Ética — que decidiu por 11 votos a 7 arquivar o processo movido pelo PT e outros partidos —, Gleisi afirmou que “deixar os crimes de Eduardo Bolsonaro impunes é um estímulo aos golpistas e um desserviço à democracia e ao país”. A ministra destacou que Eduardo foi indiciado pela Polícia Federal por coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, acusando o deputado de atuar deliberadamente em território estrangeiro contra interesses brasileiros e de colaborar com iniciativas para desestabilizar as instituições republicanas.
Segundo Gleisi, a cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro seria uma resposta necessária para preservar os valores democráticos e dar um recado claro contra qualquer articulação antidemocrática. Ela associou a decisão de manter o mandato parlamentar à conivência com práticas golpistas e pontuou que “é vergonhoso que a maioria do Conselho de Ética tenha votado pelo arquivamento da representação contra o deputado traidor”.