por Michelle de Geus
Há seis anos, a curitibana Lia Sallomão adotou Ponta Grossa como cidade e foi aqui que ela se descobriu empresária. Tudo começou quando Lia adquiriu uma franquia de clínica de estética e emagrecimento em parceria com a mãe. Naquela época, ela já inovava com workshops culinários temáticos para proporcionar prazer e sabor a clientes em alimentação restritiva. Em junho de 2022, ela iniciou uma especialização em gastronomia saudável e decidiu colocar em ação uma nova metodologia criando a Sabores que Cuidam, focada em ajudar as pessoas a comerem de forma saudável, prática e prazerosa.
Atualmente, Lia considera a consultoria em saudabilidade a sua atividade principal. Ela realiza atendimentos individualizados e capacitações coletivas – entre elas, a Imersão Sabores que Cuidam, que se tornou o carro-chefe de seu negócio. “O meu propósito é transformar a vida do maior número de pessoas, transmitir o que sei e aprendi, como contornar os obstáculos das dietas, o efeito sanfona, as restrições alimentares para ter prazer de verdade e ser feliz com a alimentação. A minha própria história de vida me conecta com o meu trabalho de hoje, dia após dia”, afirma.
Realizada com a evolução do outro
Lia tem ascendência italiana e libanesa, motivo pelo qual a comida sempre esteve presente em sua vida. “Desde pequena eu amava comer e ajudar a minha avó a preparar comidas na fazenda, na época das férias. Depois eu aplicava as receitas de que eu mais gostava em casa”, relata, acrescentando que esse foi um dos motivos para desenvolver obesidade já na infância. Aos 22 anos, Lia se submeteu a uma cirurgia bariátrica, quando conseguiu perder 47 quilos. No entanto, em dez anos ela ganhou 25 quilos sem nem perceber. “Eu tive de aprender a ser saudável e transformei essa dificuldade em aprendizado. Sei que é possível ser saudável e não se privar de comer bem, com sabor e prazer”, explica.
Hoje, Lia transforma pratos famosos em versões que têm sabor, satisfazem e são nutricionalmente mais equilibradas. “A minha inspiração é olhar para o outro e ver que, assim como eu no passado, muitas pessoas sofrem com uma alimentação sem graça por questões de saúde, por não se sentirem bem com o corpo ou ainda pela família e os filhos, que não se adaptam a uma vida mais saudável”, comenta. “Eu me realizo vendo a evolução rumo a uma vida mais saudável, pois sei o quanto isso transforma tudo na vida de uma pessoa”, destaca.
Fontes de inspiração
Embora tenha buscado diversas referências em gastronomia saudável e com foco em baixo estímulo insulínico, Lia revela que a sua grande inspiração é a sua avó. “Ela é a minha referência em comidas caseiras e tradicionais da cozinha italiana e libanesa”, aponta. A empresária também se inspira na visão empresarial do avô e da mãe, Leda, e de diversos CEOs de empresas onde trabalhou. “Eram arrojados, destemidos e muito comerciais. Essas habilidades me inspiram e me fazem evoluir”, frisa.
Visão de longo prazo
Motivada a inspirar outras pessoas a serem mais saudáveis, a empresária sabe que o impacto do seu trabalho na sociedade não será imediato. “Temos de pensar em legado, sair do estereótipo do corpo sarado e do ‘fit’ a todo custo, do modismo dos milagres alimentares, para efetivamente desenvolvermos a cultura da saudabilidade e segurança alimentar, seja nas famílias, escolas ou hospitais”, argumenta, observando ainda que, quanto mais pessoas colocarem em prática conceitos, hábitos e receitas saudáveis, mais a saúde geral vai melhorar, e, a longo prazo, menos pessoas usarão a saúde pública emergencial, melhorando o sistema de saúde como um todo.
“A comida deve ser fonte de saúde e prazer, e não a vilã. É possível comer bem, com prazer e de modo saudável. Acredite, e, se você quiser, eu estarei junto com você no processo”, conclui.