há 2 horas
Amanda Martins

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão preventiva de Jair Bolsonaro (PL) na manhã deste sábado (22), afirma que o ex-presidente tentou romper a tornozeleira eletrônica imposta pela Corte. O documento cita ainda indícios de tentativa de fuga, agravados pela convocação de manifestações feitas por Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
Segundo informações do Uol, o Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal comunicou ao STF a violação do dispositivo exatamente às 0h08 do dia 22 de novembro de 2025. A informação, destaca o ministro, aponta “a intenção do condenado de romper a tornozeleira eletrônica para garantir êxito em sua fuga, facilitada pela confusão causada pela manifestação convocada por seu filho”.
Desde 17 de julho, Bolsonaro estava submetido a medidas cautelares, entre elas o uso da tornozeleira, recolhimento domiciliar noturno, das 19h às 6h nos dias úteis e integralmente aos fins de semana e feriados, e proibição de deixar a comarca. Também estava impedido de se aproximar de embaixadas e consulados, manter contato com autoridades estrangeiras ou outros réus do mesmo processo e utilizar redes sociais, direta ou indiretamente.
Prisão preventiva
A Polícia Federal solicitou a prisão preventiva, que foi autorizada por Moraes. De acordo com investigadores, o pedido foi motivado pelo chamamento público feito por Flávio Bolsonaro para uma vigília permanente diante da casa do ex-presidente, em Brasília. A PF avaliou que a mobilização poderia gerar aglomerações capazes de colocar em risco Bolsonaro, terceiros e a própria execução de uma possível ordem de prisão.
Na decisão, Moraes afirma que a vigília poderia repetir estratégias adotadas em atos da chamada trama golpista, como as concentrações diante de quartéis. Segundo o ministro, o cenário poderia criar “efeitos, desdobramentos e consequências imprevisíveis”, além de dificultar a ação policial e favorecer uma tentativa de fuga.
Agentes da PF cumpriram o mandado no início da manhã. Moraes determinou que Bolsonaro não fosse exposto e que não fossem utilizadas algemas. O ex-presidente foi levado à Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal, onde passou por exames e está custodiado em cela especial. A prisão preventiva não tem prazo determinado.
Próximos passos
A defesa de Jair Bolsonaro tem até segunda-feira (24) para apresentar os segundos embargos no processo que tramita no STF. O prazo se encerra às 23h59. Os advogados afirmaram que irão recorrer da prisão e citaram preocupação com o estado de saúde do ex-presidente.