há 3 horas
Amanda Martins

A indicação de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como candidato à Presidência da República provocou forte turbulência nos mercados brasileiros nesta sexta-feira (5). Segundo o Metrópoles, o Ibovespa, principal índice da B3, registrou recuo de 3,84%, aos 158.135,53 pontos, chegando a cair 4% ao longo do pregão, a maior queda desde 8 de março de 2021, quando o índice também despencou 3,98%.
Na mesma sessão, o dólar disparou 2,31%, cotado a R$ 5,43, a maior cotação desde 16 de outubro, refletindo o clima de incerteza gerado pela mudança abrupta de expectativas políticas.
Para analistas ouvidos pelo mercado, o impacto se explica principalmente pela quebra da expectativa de que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) se consolidasse como alternativa moderada e mais previsível para as eleições de 2026. Com a escolha de Flávio, os investidores passaram a repensar os cenários de estabilidade, especialmente em temas fiscais e de privatizações.
“O mercado não esperava esse movimento e reagiu de forma imediata, praticamente descolando o Brasil do restante do mundo, onde as bolsas seguiam em alta moderada”, afirma o economista Christian Iarussi, da The Hill Capital. Já Matheus Amaral, especialista em renda variável do Banco Inter, aponta que muitos investidores que apostavam no chamado “trade Tarcísio” se viram frustrados. “Esse trade perde tração… ainda há pouca visibilidade sobre a força eleitoral de Flávio Bolsonaro e sua capacidade de competir com Lula, o que aumenta a incerteza no curto prazo.”
Para o mercado, o movimento desta sexta-feira evidencia que o ciclo eleitoral de 2026 já começou a ser “reprecificado”, trazendo volatilidade e ajustes imediatos à economia brasileira.