há 4 horas
Amanda Martins

Ministros do governo Luiz Inácio Lula da Silva reagiram, nesta sexta-feira (5), à informação de que o ex-presidente Jair Bolsonaro escolheu o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como seu candidato ao Palácio do Planalto em 2026. Segundo o Metrópoles, a avaliação predominante entre integrantes do primeiro escalão é de que a indicação favorece o projeto de reeleição de Lula.
Sob reserva, um ministro influente do PT afirmou que a escolha de Flávio enfraquece a possibilidade de uma candidatura mais competitiva no campo da direita, especialmente a de Tarcísio de Freitas (Republicanos), nome preferido pelo Centrão e pelo mercado financeiro.
“Acaba de vez a ilusão de quem acreditava ser possível construir um bolsonarismo light ou uma segunda via dentro do campo da direita”, disse o ministro petista à coluna.
O ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), afirmou que a decisão já era esperada, mas ressaltou a frustração da área econômica. “O mercado não esperava, estava torcendo para não ser um Bolsonaro”, declarou. Para ele, porém, o impacto político é limitado: “Reeleição é Lula contra Lula. É plebiscito. Eleitor vai dizer sim ou não. Qualquer um do outro lado é igual”.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira (PT), reforçou a leitura de que a reação do mercado financeiro evidencia a preocupação com a candidatura de Flávio. “O dólar baixou, o real desvalorizou. A bolsa saiu. Isso por si só já diz muita coisa”, afirmou.
A movimentação no campo bolsonarista ocorre enquanto Lula organiza sua estratégia para 2026, e a leitura entre seus auxiliares é de que a escolha do filho do ex-presidente tende a dividir a centro-direita e reduzir o potencial competitivo da oposição.