há 2 horas
Edilson Kernicki

O ano de 2026 deve ser desafiador para o futebol brasileiro, tanto ao nível nacional quanto ao nível local. Para começo de conversa, o comentarista esportivo Osires Nadal alerta para o risco do colapso financeiro da modalidade, após o “boom” dos salários estratosféricos. “Isso não retrata a realidade do futebol brasileiro”, afirma.
Como exemplos, Nadal cita Gabigol, que foi para o Cruzeiro com salário de R$ 2,4 milhões – o dobro do que recebia no Flamengo –; o atacante Hulk, com o maior salário do Atlético Mineiro (R$ 1,8 milhão), que tem, pelo menos, outros quatro atletas que recebem mais de R$ 1 milhão; e Memphis Depay, o mais bem pago do país, que recebe R$ 3,5 milhões mensais e joga pelo Corinthians, que acumulava, em outubro, uma dívida bruta de R$ 2,7 bilhões.
E o Operário?
Localmente, Nadal acredita que a mudança de técnico no Operário Ferroviário Esporte Clube (OFEC) não correspondeu ao que a torcida esperava, visto que o sonho do acesso à Série A foi adiado. Com o novo calendário definido pela CBF, a Série A do Brasileirão começa em 28 de janeiro e vai até 2 de dezembro e volta a ter uma equipe paranaense, com a ascensão do Coritiba.
O Operário busca o Tricampeonato Paranaense em 2026. “Sabemos que vai ser difícil. O Coritiba vem forte, principalmente porque vai estar na Série A”, aponta, por sua vez, Alvaro Góes, presidente do Grupo Gestor do OFEC. Além do Coritiba e do Athlético, Góes aposta também no Londrina e Maringá como fortes adversários, em franco crescimento.
Além disso, o Fantasma terá um ano inédito em 2026, com quatro campeonatos: o Paranaense; a Copa do Brasil; a Série B do Brasileirão e a nova Copa Sul-Sudeste, criada pela CBF, que reúne 12 equipes do PR, SC, RS, SP, MG e RJ. “Vai ser muito importante para solidificar o Operário no cenário brasileiro do esporte. Espero que consigamos montar um bom elenco. Em 2026, temos que diminuir a quantidade, mas melhorar a qualidade”, avalia Góes. A grande expectativa é acumular uma boa premiação na Copa do Brasil para a contratação de jogadores.
Hexa viável
Em relação à Copa do Mundo FIFA 2026, Nadal avalia que a Seleção Brasileira vive um momento diferenciado, sob o comando de Carlo Ancelotti. “Ele devolveu brasilidade à seleção”, aponta. Segundo o comentarista, o Brasil pode brigar em pé de igualdade com o futebol internacional pelo título, tornando o hexa viável. Como ponto positivo, Nadal menciona que Ancelotti saiu da escalação repetitiva dos técnicos anteriores, que priorizavam atletas brasileiros que atuam em times europeus. Porém, ainda não formou o time ideal. O desafio é o calendário esportivo: depois da sequência de amistosos no fim do ano, a próxima convocação deve ocorrer somente em março.
Conteúdo publicado originalmente na edição 310 (nov) da revista D'Ponta