Tua fé te curou: confira cinco relatos de milagres recebidos por ponta-grossenses
Cinco ponta-grossenses acreditam ter experimentado o agir do sobrenatural em suas vidas. São histórias de curas inexplicáveis, gestações improváveis e pessoas que estiveram próximas da morte, mas conseguiram se salvar
há 4 horas
Michelle de Geus
Mais do que acontecimentos extraordinários ou inexplicáveis, milagres são atos sobrenaturais de Deus. Segundo a maioria dos teólogos, os milagres acontecem conforme a vontade do Ser Supremo e servem para revelar o Seu amor e cuidado de maneira muito especial. Pela própria definição, milagres são acontecimentos incomuns ou altamente improváveis, que desafiam as leis da natureza e não encontram explicação na ciência. Também há situações em que Deus usa as coisas do mundo de maneira tão específica que só pode ter sido intervenção divina.
A Bíblia é repleta de relatos de milagres, como a cura de doentes, a multiplicação de alimentos e até mortos que voltaram à vida. Mas, assim como Deus fez milagres naqueles tempos, Ele tem poder para fazer milagres hoje em dia. Nesta reportagem especial, você vai conhecer a história de seis ponta-grossenses que receberam milagres através da fé e como essas bençãos mudaram a sua forma de ver o mundo e a sua relação com o Pai Eterno.
Recuperação milagrosa do filho
O pastor Marcelo Pellissari é testemunha da recuperação milagrosa do filho João Manuel Grollmann Pellissari, que na época tinha 18 anos. Em maio de 2010, o rapaz teve uma convulsão enquanto estava dormindo e entrou em coma, precisando ser encaminhado às pressas para o hospital. Ele passou sete dias internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em coma induzido. “Foi um tempo muito tenebroso, em que sentíamos que a morte estava rondando a nossa casa e a única coisa que podíamos fazer era orar. E foi isso que fizemos. Junto com amigos e conhecidos aqui da cidade, fizemos uma verdadeira batalha de oração pela vida dele”, detalha.
Ao final daquela semana, o enfermeiro que atendia João Manuel informou que o quadro era irreversível e o médico ia assinar o atestado de óbito. “Ele já não estava mais respondendo e tinha entrado em um processo de descerebração nível 4, que antecede a morte cerebral. O maior sinal disso é que o corpo dele já estava tentando se voltar para uma posição fetal”, relata.
Apesar de todo o quadro problemático, Marcelo continuava confiando que Jesus poderia salvar a vida do seu filho. “Ele havia recebido uma palavra profética de que o ministério dele começaria muito cedo e, naquele momento, ele sequer estava na igreja”, justifica. Além disso, naquele dia, a cunhada de Marcelo recebeu mais um sinal de que a cura estava próxima. “Uma amiga dela estava na igreja quando foi abordada por uma mulher desconhecida que perguntou se ela tinha algum parente ou amigo no hospital. Ela respondeu que não, mas contou a história do meu filho. Então a mulher disse que Jesus já havia entrado com toda a providência”, recorda.
Na mesma tarde, o médico, em vez de dar o veredito de morte, afirmou que João Manuel havia melhorado milagrosamente. Ele foi desentubado, liberado da UTI e transferido para o quarto. O jovem ficou mais sete dias no hospital para terminar a medicação e depois voltou para casa sem nenhuma sequela. “Nem os médicos conseguem encontrar uma explicação para a recuperação do meu filho. A única conclusão que chegam é que foi intervenção divina, mesmo para os mais céticos”, aponta Marcelo.
Para o pastor, esse milagre fortaleceu ainda mais a sua fé em Deus. “Na verdade, só reafirmou que Deus continua a olhar por nós e a fazer a sua vontade em nossas vidas”, afirma. Logo após o episódio do filho, ele e a esposa foram ordenados pastores na igreja que frequentavam. “Nossa vida mudou somente para melhor. Hoje, eu comando uma igreja aqui em Ponta Grossa e o João Manuel começou a se dedicar a Deus e é ministro de louvor na nossa igreja sediada em Curitiba”, conta. Apesar de toda a angústia, Marcelo reforça que saiu com a fé fortalecida e tocado pelo amor divino. “Nós nos sentimos muito abençoados, porque vimos o cuidado de Deus com as nossas vidas. Podemos passar por provações, mas saber que o Senhor está do nosso lado em todo o tempo traz um conforto enorme”, observa.
Cura de tumor e gravidez
A contabilista Kelly Cristiane Monteiro também presenciou o cuidado de Deus. “A minha menstruação sempre veio muito pouco e eu tinha algumas dores de cabeça muito fortes e bem localizadas, então a minha médica me pediu para fazer alguns exames”, relata. Em novembro de 2001, ela foi diagnosticada com um tumor benigno, chamado adenoma, localizado no cérebro, ao lado da hipófise, uma glândula responsável por regular a produção de hormônios no corpo. “O que mais me deixou chateada é que eu havia me casado em janeiro daquele ano e queria muito engravidar, mas não conseguia”, conta. Além de não ovular corretamente, os níveis de prolactina, hormônio responsável por estimular a produção de leite materno, eram equivalentes ao terceiro ou quarto mês de gestação.
Kelly iniciou um tratamento, mas os resultados não foram o esperado e ela começou a ter complicações. “O tumor estava crescendo, e dentro do nosso cérebro não tem um espaço para que isso aconteça, então ele já estava afetando o nervo ótico e o sistema nervoso. Eu tinha muita dor de cabeça, já estava tendo alguns desmaios, ficava tremendo muito e estava com a visão comprometida”, aponta. A médica lhe recomendou fazer uma cirurgia para retirar o tumor, que seria feita pelo nariz, para minimizar o impacto em outras áreas do cérebro. “Nesse período, nós estávamos na igreja e começamos a orar. Pedimos a Deus pela cura e pelo nosso filho, porque queríamos muito engravidar”, afirma.
Em setembro de 2002, o pastor Luciano Subirá veio a Ponta Grossa e Kelly decidiu participar do culto. “Lembro que era um domingo chuvoso, e o pastor falou que Deus tinha enviado ele lá na comunidade, porque Ele precisava operar um milagre. Como ele não tinha muito tempo, pediu para que colocássemos a mão e orássemos sobre a nossa enfermidade”, relata, acrescentando que colocou uma mão na cabeça e outra no ventre. “Foi instantâneo. Eu senti o agir de Deus e tinha certeza de que estava curada. Naquele momento, eu entendi que eu não estou sozinha e que Deus é presente até nas mínimas situações”, recorda.
No dia seguinte, Kelly ao consultório médico e solicitou uma guia para uma nova ressonância. A contabilista fez a ressonância e os técnicos pediram para que ela repetisse o exame dois dias depois. “Quando eu fui fazer pela segunda vez, me falaram que o tumor estava ressecado e não existia mais vida nele. Foi de fato um milagre, algo que Deus agiu”, aponta.
Depois de tudo isso, Kelly também engravidou de Cristine, que nasceu em outubro de 2003. “Foi um milagre completo. Deus me curou naquele momento, eu já ovulei corretamente e, logo em seguida, engravidei da minha filha. Eu digo que ela é o sinal da benção do Senhor na minha vida, um presente de Deus”, acredita. Até hoje Kelly repete os exames periodicamente e o tumor continua sem vida.
Tumor raro no ovário
A estudante de Direito Rafaella de Brito tinha apenas 14 anos de idade quando descobriu um teratoma, um tipo raro de tumor, no ovário. “Eu sempre tive muita cólica quando menstruava e minha ginecologista pediu um ultrassom. Quando fui fazer o exame, notei uma bola branca no meu ovário esquerdo e já sabia que não era normal”, conta. Ela mostrou para a médica, que é de Ponta Grossa, e para um médico de Curitiba, e os dois indicaram realizar uma ressonância magnética para ter certeza do que era. “E o resultado deu teratoma. As medidas do meu ovário esquerdo estavam quase seis vezes maiores do que as do meu ovário direito”, comenta.
De acordo com os médicos de Rafaella, o tumor era benigno, mas poderia trazer muitas consequências. “Nós sabíamos que a cirurgia também poderia ser ruim para mim, pois o médico poderia precisar tirar o meu ovário, dependendo do estado do teratoma, e isso acarretaria problemas hormonais e de gravidez”, aponta. Logo que saiu do consultório, ela já falou com familiares e amigos da igreja pedindo que orassem pela sua cura. “Eu confiava muito na providência divina e tinha uma fé inexplicável. Eu não sabia o que Deus ia fazer, mas eu sabia que alguma coisa Ele ia operar na minha vida”, salienta.
Uma semana antes da data marcada para a cirurgia, quando Rafaella precisou fazer os exames pré-operatórios, o médico observou que o tumor havia desaparecido. “O médico chamou a gente numa salinha do lado e falou que não tinha mais nada nos exames. Ele mostrou que no exame antigo existia um teratoma e no que ele tinha acabado de fazer o meu ovário estava completamente normal, com as medidas normais”, relata. “Todo mundo ficou muito surpreso. Nós mandamos esse exame para o médico de Curitiba e para a minha ginecologista e nenhum soube explicar o que aconteceu”, acrescenta.
Para Rafaella, esse milagre mudou completamente a sua forma de ver o mundo. “Nós sempre ouvíamos histórias de que Deus operava milagres, mas nunca vivemos algo tão grandioso assim na nossa família e muito menos em mim mesma. Quando isso aconteceu, provou o poder do nosso Deus, o poder da oração e o poder de uma igreja unida em oração”, afirma. Receber essa benção também tornou a relação da estudante com Deus muito mais forte e mais íntima. “Mudou a minha perspectiva de confiança e fé inabalável. Hoje em dia, é muito mais fácil entregar a minha vontade, os meus desejos nas mãos Dele”, acrescenta.
Aos 20 anos, Rafaella se considera uma pessoa abençoada. “Eu me considero muito favorecida e muito agraciada, porque eu não estaria onde eu estou, eu não viveria o que eu estou vivendo e o que eu vivi se não fosse por Deus, se Ele não tivesse me escolhido”, enfatiza. Um dos maiores desejos da estudante é ser mãe, sonho que foi preservado graças ao milagre. “Eu tenho plena certeza de que ser mãe será a minha maior missão e a parte mais grandiosa da minha vida na Terra. O meu maior ministério será criar os meus filhos no caminho do Senhor e apresentar para eles esse poder de Deus que eu vivi”, destaca.
Sobrevivendo por milagre
Louise Berger Malaquias e o marido, Conrado, acreditam que os filhos são verdadeiros milagres. Tudo começou em janeiro de 2021, quando Louise estava grávida de um menino, Benício, e teve um parto prematuro, com apenas 21 semanas. Os médicos fizeram tudo que foi possível, mas o bebê não resistiu. “Foi um tempo de luto, de choro, de muita dor, mas também de muita dependência de Cristo, nosso Senhor, que nos supriu, nos consolou, nos fortaleceu e cumpriu a Sua promessa de nos abençoar com filhos”, afirma.
Depois de alguns exames, Louise foi diagnosticada com incompetência istmo cervical, uma falha no colo do útero, que é responsável por sustentar uma gestação. Ela e o esposo iniciaram um período de jejum por 21 dias e contaram com o auxílio de toda a igreja. “Nosso maior desejo era ter um filho e colocamos nossos sonhos diante do Senhor. Nesse tempo, oramos e clamamos por isso, e recebemos a resposta, uma palavra específica sobre o nosso próximo filho: ele seria a própria manifestação do milagre de Deus”, aponta.
Em junho de 2021, Louise descobriu que estava grávida novamente. Era o Enrico. Para manter a gestação até o final, ela precisou fazer uma cerclagem para fechar o colo do útero. Mesmo com a cirurgia, com apenas 29 semanas de gestação, um sangramento muito grande levou a uma cesárea de emergência. Enrico veio ao mundo em novembro de 2021 e precisou passar um longo período internado na UTI. “Foram 124 dias no hospital, e a morte quase esteve diante dos nossos olhos novamente. O Enrico teve hemorragia cerebral, infecções, pneumonias, baixo peso, dificuldades para progredir na respiração e inúmeras transfusões sanguíneas”, enumera.
Logo após receber alta da UTI, o pequeno Enrico precisou retornar ao hospital para tratar um coágulo no coração. Foram 12 dias de internação e meses de tratamento até que os médicos descobriram que, na verdade, era um pedaço do cateter usado na UTI. “Para a honra e glória do Senhor, não precisamos realizar uma cirurgia para retirá-lo, porque não afeta em nada o funcionamento do seu coração, apenas fazemos acompanhamento e exames para monitorar”, conta Louise.
Em março de 2023, Louise descobriu uma nova gestação, desta vez do Matteo. Novamente, ela realizou a cerclagem para manter a gestação e precisou fazer repouso absoluto para evitar um parto prematuro. Matteo nasceu com 35 semanas e precisou ir para a UTI devido a uma hipertensão pulmonar. Nos dias seguintes, o bebê teve alterações na pressão e na circulação sanguínea, que levaram a uma crise convulsiva, uma falha na oxigenação e uma lesão nos rins. “Os rins dele pararam por completo de funcionar, o sangue dele foi ficando cada vez mais ácido, o corpo inchado e com edemas. A partir daquele momento, o seu cérebro poderia ser afetado e os seus órgãos poderiam parar de funcionar”, conta.
Para reverter esse quadro, Matteo foi transferido de helicóptero para Curitiba a fim de fazer diálise. “Desde então, o Senhor acelerou a sua recuperação e a insuficiência renal aguda foi sendo revertida. Os seus rins voltaram a funcionar, o seu corpo desinchou completamente e pudemos ver o seu rostinho novamente”, lembra. Hoje, Enrico está com três anos e Matteo com um ano. “Permanecemos crendo que o Senhor é soberano, que Ele tem um plano bom para os nossos filhos e que Ele é fiel para cumprir todas as Suas promessas para nós. Andamos na convicção de que o nome de Jesus é poderoso, está acima de todo nome, e Ele será conhecido, visto, exaltado e glorificado através da obra Dele em nossas vidas”, afirma.
Crianças sobrenaturais
Após três tentativas de fertilização in vitro, a empresária Gisele dos Santos Zanardini e o marido, o bancário Vladimir Schimiguel Zanardini, foram abençoados com uma gravidez natural. Eles são pais da Lívia, de cinco anos, e do Miguel, de apenas dois aninhos. “Foi um milagre de Deus, porque mesmo com a fertilização in vitro as minhas chances de engravidar eram muito baixas pela medicina. O diagnóstico que eu recebi dos médicos é que eu tenho baixa reserva ovariana, ou seja, eu ovulo muito pouco e meus óvulos são pequenos”, conta Gisele.
Ela afirma que, mesmo com as tentativas frustradas de fertilização in vitro e contra todas as probabilidades de uma gravidez natural, em nenhum momento chegou a desistir do sonho de ter filhos. “Eu orava sem cessar todos os dias por isso e sempre acreditei que, se Deus me deu o desejo de ter filhos, é porque Ele poderia realizar esse sonho”, observa.
Para Gisele, um dos momentos mais emocionantes da sua vida foi quando ela descobriu que estava grávida pela primeira vez. “Foi algo inexplicável, ainda mais porque foi uma gestação inesperada. Eu senti muita emoção, uma alegria sem fim. Eu e meu marido ficamos dias tentando voltar para a Terra”, brinca ela, que se considera duplamente abençoada, pois alguns anos depois engravidou novamente e a família, agora, está completa. “São crianças perfeitas, felizes e saudáveis. Um milagre completo, assim como tudo o que Deus faz”, aponta. “Eu chamo as crianças de sobrenaturais, pois pelos olhos da medicina não eram possíveis e para os olhos de Deus foram possíveis”, acrescenta.
Gisele destaca que receber esse milagre mudou a sua forma de ver o mundo. “Hoje eu encaro o mundo com muito mais fé, vejo as situações com outros olhos e sempre tento encontrar o lado bom em tudo. Acredito que todo problema tem solução e procuro lembrar que temos um Deus que sempre nos ouve, basta confiarmos”, enfatiza. As duas gestações que pareciam improváveis também tornaram a relação da empresária com Deus muito mais próxima. “Eu aprendi a confiar e a descansar n’Ele. Entendi que tudo tem um tempo determinado para acontecer e que Deus nos dá a paz de que precisamos, o que torna o fardo muito mais leve”, sublinha.
Hoje, com a chegada da Lívia e do Miguel, Gisele considera que a sua vida está completa como sempre sonhou. “Tenho um casamento abençoado; filhos lindos, amados e abençoados; e, acima de tudo, um Deus que sempre está ao nosso lado, nos guiando e nos abençoando em todos os detalhes”, conclui.
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