Sábado, 14 de Dezembro de 2024

Homem não aceita término do casamento e amendronta família em Tibagi: “Não quero ver minha mãe em um caixão, nem ninguém da minha família”

2021-08-18 às 17:00

Há cerca de dois meses, a família de Heloise Andrade está vivendo um verdadeiro terror, no município de Tibagi, no Paraná. Isso porque o ex-marido da irmã dela vem ameaçando a ex-esposa, a filha e a ex-sogra.

Depois de vivenciar diversas situações de violência doméstica, Heloise resolveu desabafar nas redes sociais e contou que o ex-cunhado não aceita o término do casamento. Além de perseguir a família e fazer diversas ameaças, o homem já teria tentado colocar fogo na residência em que elas moram.

“Ele disse que foi um curto que deu [na residência] mas não tinha nem fio de luz lá, dava pra ver que foi aberto o forro e tentado botar fogo lá. E no outro dia ele cortou a mangueira do botijão de gás lá em casa. Se a mãe tivesse acendido a luz explodia tudo. Nossos cachorros estavam pra dentro quando morreram sufocados”, relata Heloise.

A família ainda desconfia que o homem pode ter tentado envenená-las. Após a mãe e a irmã de Heloise passarem mal, elas encontraram um pó diferente dentro do pote de café. “Ela achou um pó esbranquiçado no café. Ele já havia feito uma cópia da chave da casa da mãe, porque ele sabia onde a mãe escondia a chave, então ela trocou a fechadura. Porém a janela da cozinha abre super fácil e dá pra pegar o pote de café por lá”, conta.

Boletim de Ocorrência

Segundo Heloise, o Boletim de Ocorrência foi registrado, porém, mesmo tendo que manter distância da família, o homem continua se aproximando. “No domingo fui para a cidade e saí tomar um sorvete com minha sobrinha, quando olhei ele estava na porta do estabelecimento sondando a gente. Liguei no 181 e eles me passaram que tem que ser feito outro B.O. pedindo pra que ele não entre em contato e se afaste, porém, em Tibagi, estamos sem delegado então vai demorar provavelmente”, explica.

Pedido de justiça

Daqui para frente, Heloise espera que a justiça seja feita.”Eu espero que ele seja julgado e pague pelos crimes que cometeu, porque isso é tentativa de homicídio, tentou matar minha família por simplesmente não aceitar o fim do relacionamento, fica perseguindo elas, ameaçando. Eles construíram uma família juntos, deveria ao menos nos respeitar”, afirma.

E ela ainda completa.”Eu espero que o delegado da cidade tome uma medida pra proteger elas, não quero ver minha mãe em um caixão, nem ninguém da minha família. Somos todas mulheres, meu pai faleceu há anos, então ele pensa que somos desprotegidas. Mas nós temos a lei, a mídia e o povo de Tibagi a nosso favor, várias pessoas me mandaram os contatos dos policiais, avisaram eles, entraram em contato comigo pra eu sempre avisar eles quando precisar, o bom é que em cidade pequena um cuida do outro, então elas não estarão desprotegidas”, finaliza.

Procedimentos legais

A Dra. Sandra Nepomuceno, da 56ª Delegacia Regional de Reserva, está provisoriariamente responsável pela região de Tibagi, até a chegada do novo Delegado, o que deve ocorrer no final do mês. Ela explica que os inquéritos são sigilosos, por isso não pode falar sobre este caso em específico, mas afirma que os pedidos de medida protetiva são prioridade e tem o prazo de 24 horas para serem deferidos ou infederidos. Já outros tipos de procedimentos tem o prazo de 30 dias para serem concluídos.

“Em casos de violência doméstica, em que o marido agride a esposa, ela vem até a delegacia e, junto com o boletim de ocorrência, nós já instauramos o processo pedindo a medida protetiva. A partir deste momento, nós comunicamos ao poder judiciário, que tem 24 horas para deferir ou indeferir estas medidas. Se for deferida, o agressor é intimado a sair da casa, para ficar longe da pessoa. Então é uma medida bem rápida”, explica.

“Já em casos que envolvem outros parentes, nós fazemos o procedimento e, a depender do crime, nós encaminhamos a pessoa para fazer o laudo, quando há lesão corporal, e segue o procedimento de inquérito normal”, finaliza.