Quarta-feira, 19 de Março de 2025

O ex-mecânico da Voepass afirmou que já sabia que o acidente iria ocorrer

Segundo relato, aeronave envolvida apresentava constantes problemas e equipe de manutenção alertava sobre seu estado, mas era pressionada a mantê-la em operação
2025-03-18 às 17:06

Um ex-mecânico da Voepass, que trabalhou na empresa antes e depois do trágico acidente do voo 2283, revelou em entrevista à TV Globo que já sabia que uma tragédia como essa iria ocorrer. Ele afirmou que a aeronave envolvida no acidente, conhecida como “Papa Bravo”, era a que mais apresentava problemas e panes, e que a equipe de manutenção alertava sobre seu estado, mas era pressionada para colocá-la em operação.

Problemas na Manutenção

O mecânico destacou que a Voepass não fornecia suporte adequado para a manutenção, faltando materiais, componentes e ferramentas. Ele comparou a empresa desfavoravelmente a outras onde trabalhou, destacando uma grande diferença na qualidade do suporte oferecido.

O acidente ocorreu em 9 de agosto de 2024, quando um ATR-72-500 caiu em Vinhedo, matando 62 pessoas. O relatório preliminar do Cenipa indicou que a aeronave perdeu controle devido à formação de gelo nas asas, que não foi adequadamente tratada.

Suspensão das Operações

A Anac suspendeu as operações da Voepass após denúncias de irregularidades na manutenção. Imagens mostraram aviões sendo “canibalizados” para fornecer peças a outras aeronaves, e a empresa foi acusada de tentar ocultar essas práticas durante inspeções.

A Voepass negou as acusações de irregularidades e afirmou que segue todos os protocolos regulatórios. A empresa também destacou que a reutilização de componentes é legal desde que haja certificação adequada.