Sábado, 19 de Abril de 2025

Estudantes são expulsas de Faculdade por zombar de cadeirante em Telêmaco

A OAB afirmou que, caso sejam condenadas, as envolvidas serão impedidas de ingressar na OAB devido às exigências de idoneidade moral.
2025-04-13 às 23:03
Foto: Reprodução

Três estudantes do curso de Direito do Centro Universitário Unifateb, em Telêmaco Borba, foram expulsas após a divulgação de vídeos contendo ofensas capacitistas contra uma colega cadeirante. Os vídeos, inicialmente publicados na opção “Melhores Amigos” do Instagram no dia 7 de abril, vazaram e viralizaram nas redes sociais dois dias depois, gerando ampla repercussão e indignação.

Detalhes das Ofensas

Nos vídeos, as estudantes utilizam termos como “magrela”, “lazarenta” e “desgraçada” para se referir à colega, além de fazerem comentários ofensivos sobre sua deficiência física. Uma delas chegou a cantar uma música com teor sexual e ofensivo: “Vem aleijadinha, vem aleijadinha, sem movimento é mais fácil de tirar a sua calcinha”.

As autoras das ofensas justificaram os ataques alegando que a colega teria rido durante a apresentação de um trabalho acadêmico. A vítima não teve acesso imediato aos vídeos por conta da configuração restrita das postagens, mas o conteúdo acabou sendo divulgado publicamente.

Reações Institucionais

Após a repercussão do caso, a Unifateb divulgou uma nota oficial informando que os contratos das estudantes foram rescindidos e que elas não fazem mais parte do corpo discente da instituição. A faculdade destacou que valores como respeito, inclusão e cordialidade são inegociáveis e constituem a base de sua cultura educacional.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Telêmaco Borba também se manifestou em repúdio às ofensas. Em nota, o órgão afirmou que as envolvidas podem ser impedidas de ingressar na OAB caso sejam condenadas judicialmente, devido à exigência de idoneidade moral para o exercício da profissão.

A Polícia Civil do Paraná abriu um inquérito para investigar o caso. As estudantes envolvidas serão ouvidas durante o processo investigativo. A polícia optou por não divulgar mais detalhes para não comprometer as investigações.

Retratação Pública

Uma das estudantes publicou uma nota de retratação em seu perfil nas redes sociais. No texto, ela reconheceu o teor ofensivo das declarações e pediu desculpas à vítima e à comunidade acadêmica. A estudante afirmou que está disposta a participar de ações que promovam inclusão e respeito no ambiente acadêmico e na sociedade.